15/09/2021
Por Moacyr de Oliveira Filho (Moa), jornalista, conselheiro de ABI, foi preso e torturado no DOI-CODI, em maio de 1972.
Essas duas fotos feitas pelo repórter fotográfico Alex Silva, da Agência Estado, retratam com precisão e profundo simbolismo o que foi a Audiência Pública, realizada, na quinta-feira passada (9), no antigo DOI-CODI.
Na primeira foto, o juiz José Eduardo Cordeiro Rocha, acompanhado dos ex-presos políticos Moacyr de Oliveira Filho e Ivan Seixas, visita o lugar onde ficavam as celas do antigo DOI-CODI, na parte Norte do prédio em que funciona o 36.a DP. Essa porta branca, gradeada, era a cela forte, a solitária, o X-0, onde foi encontrado morto, depois de várias sessões de tortura, o estudante Alexandre Vanucchi Leme, entre outros. Na parede ao lado, havia uma porta de ferro que dava acesso à principal sala de tortura e à escada que levava às salas de interrogatório do 1.o andar. Esses espaços hoje estão parcialmente ocupados pela Central Especializada de Repressão a Crimes e Ocorrências Diversas (Cerco), da 2.a Delegacia Seccional da Polícia Civil.
Na segunda foto, o juiz José Eduardo Cordeiro Rocha e a promotora Anna Trotta Yaryd, com os ex-presos políticos Moacyr Oliveira Filho e Ivan Seixas, na frente do sobrado onde morou o comandante do DOI-CODI, Carlos Alberto Brilhante Ustra, sua esposa, Maria Joseíta, e sua filha Patrícia Ustra, então com 3 anos, dentro daquele antro de terror, tortura e morte.
Essa foi a primeira vez que a Justiça pisou oficialmente naquele lugar e, mais do que isso, fez questão de visitar os locais onde se torturou milhares de brasileiros e se matou 52.