Comemorado em 3 de maio, o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa está impulsionando atividades em todo o mundo com o objetivo de avançar o debate sobre a os meios de comunicação. A data é inspirada na Declaração Universal dos Direitos Humanos e tem o objetivo de evidenciar a necessidade de independência da mídia como princípio da democracia.
Segundo mensagem de Ban Ki-Moon, secretário-geral da ONU, e de Irina Bokova, diretora-geral da Unesco, em 2014 será destacado o papel da liberdade dos meios de comunicação no planejamento para um futuro de desenvolvimento mundial que permita a todas as pessoas desfrutar da liberdade de expressão e opinião. Diversos países promoverão encontros sobre temas relacionados à segurança para jornalistas e à sustentabilidade para a imprensa.
Ban Ki-moon defendeu os meios de comunicação “independentes” e “livres” em seu discurso sobre o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa. Ban pediu aos governos que a imprensa seja protegida e que o tema seja incluído nos debates da agenda de desenvolvimento após 2015:
— Só pode haver bom governo quando as jornalistas têm liberdade para examinar, apurar e criticar as políticas e as ações. O jornalismo oferece uma base para o debate informando sobre uma grande variedade de temas de desenvolvimento, disse o secretário geral durante um ato na sede das ONU.
Leia abaixo uma lista preparada pelo Centro Knight para o Jornalismo nas Américas de eventos:
- A conferência oficial da Unesco para comemorar a data acontecerá em 5 e 6 de maio em Paris, na França, intitulada ”Liberdade de imprensa para um futuro melhor”. Também será entregue o Prêmio Unesco/Guillermo Cano 2014 ao jornalista turco Ahmet Sik por denunciar violações de direitos humanos e corrupção em suas reportagens investigativas.
- Ifex-ALC organizou a campanha ”Mais liberdade de imprensa é mais democracia” e publicou um vídeo no YouTube explicando os benefícios da democracia — tal como a habilidade de eleger líderes e leis — e sua interdependência com a liberdade de imprensa. O vídeo destaca o problema da impunidade na América Latina e no Caribe, observando que a maioria dos 27 casos de jornalistas assassinados na região entre 2012 e 2013 continua impune.
- A ONG Repórteres Sem Fronteiras (RSF) publicou uma lista de “Os cem heróis da Informação” para o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa. A lista homenageia jornalistas que colocaram sua segurança em risco para informar o mundo “a serviço do bem comum”. A lista inclui 14 jornalistas latino-americanos, entre os quais Anabel Hernández, do México, Yoani Sánchez, de Cuba, Lúcio Flávio Pinto, do Brasil, e Lleana Alamilla, de Guatemala.
- Desde o início de abril a Associação Mundial de Jornais e Editores de Notícias (WAN-IFRA) lançou sua campanha ”30 Days of Feedom pedindo a soltura de jornalistas presos. A cada dia a organização publicou o perfil de um profissional de imprensa com detalhes sobre cada caso, links para mais informação sobre cada indivíduo e textos de tweets sugeridos para usuários de Twitter que quisessem participar.
- A organização Fundamedios organizou um concurso para premiar o melhor design gráfico com enfoque na liberdade de expressão. Convidaram jornalistas, usuários do Twitter, blogueiros, designers e estudantes secundaristas e universitários para participar. Dois projetos serão premiados com um equipamento digital. Um ganhador será selecionado pelo público na página de Facebook Lo Fundamental, e outro por um júri.
- A Unesco publicou em sua página de YouTube um vídeo criado pelo departamento de Liberdades Públicas e Direitos Humanos da rede de notícias Al Jazeera e outras organizações promotoras da liberdade de imprensa intitulado ”Stop Killing Journalists” (“Parem de matar jornaistas”). O vídeo chama a atenção ao número de jornalistas mortos desde 1992 (1.054) e pede o fim da impunidade.
- O Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) pediu aos seus leitores para contribuir em uma petição pela liberdade de dez jornalistas ao redor do mundo que se encontram presos.
- A organização Freedom House, que monitora a expansão de liberdades ao redor do mundo, publicou seu relatório intitulado Liberdade de Imprensa 2014, destacando que o nível de liberdade de imprensa mundial de 2013 foi o mais baixo em mais de uma década. Nas Américas, os níveis de liberdade são os mais baixos em cinco anos, com só 2% da população vivendo em ambientes com meios livres.
- O Departamento de Estado dos Estados Unidos lançou em 25 de abril a campanha ”Free the Press” perfilando diariamente jornalistas e veículos censurados, ameaçados ou atacados por seu trabalho. De 28 de abril a 2 de maio, uma porta-voz do Departamento participou de coletivas de imprensa para falar dos perfilados.
- Várias organizações vão comemorar o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa com um debate em 6 de maio intitulado ”Nova Lei de Acesso à Informação, como ficamos” que ocorrerá na Pontifícia Universidade Javeriana em Bogotá, Colômbia.
- A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), a Artigo 19 e a IFEX-ALC organizaram um debate em 30 de abril em São Paulo, Brasil, intitulado “Liberdade de expressão em debate: Um panorama de violações no Brasil e na América Latina”.
- O Centro de Arquivos e Acesso à Información Pública (CAInfo), a Associação da Imprensa Uruguaia e Unesco celebrarão em conjunto um debate na cidade de Maldonado, Uruguai, com foco no papel da imprensa durante um ano eleitoral, tanto no Uruguai como em outros seis países latino-americanos.
- O Centro de Reportes Informativos sobre Guatemala (CERIGUA) fez uma conferência de imprensa em 2 de maio na Cidade da Guatemala para discutir o estado da liberdade de expressão no país este ano.
- O Instituto Interamericano de Direitos Humanos (IIDH) e a Unesco celebraram o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa em 5 de maio, na cidade de San José, Costa Rica, com a participação de estudantes, acadêmicos, profissionais da mídia e defensores da liberdade de expressão.