Em declaração divulgada nesta quinta-feira, 7 de abril, em que se comemoram o Dia do Jornalismo e o 103º aniversário de sua fundação, a ABI sustentou que a melhor homenagem que se pode prestar à comunidade jornalística é a adoção da transparência
na administração pública e nas relações sociais, que dependem da verdade para avanços no campo material e espiritual. “Um importante progresso na transparência imposta pela Constituição Federal – diz a ABI – será a abertura dos arquivos da repressão da ditadura militar, como reclama a consciência cívica nacional.”
A declaração da ABI tem o seguinte teor:
“Neste 7 de abril em que se comemoram o Dia do Jornalismo e o 103º aniversário de sua fundação, a Associação Brasileira de Imprensa dirige uma saudação fraternal à comunidade jornalística do País e reafirma a sua disposição de lutar sem desfalecimentos pela adoção da transparência na administração pública e nas relações sociais, que dependem da verdade para avanços no campo material e espiritual.
Fundada em 1908 por Gustavo de Lacerda e um grupo de oito sonhadores, a ABI afirmou-se ao longo deste século como uma instituição devotada à defesa de valores essenciais para a convivência democrática, como a liberdade de imprensa e de expressão, o respeito aos direitos humanos e a adoção de princípios e políticas que conduzam ao crescente bem-estar social. Esse é o legado transmitido à Casa por seus maiores, como o próprio Gustavo de Lacerda, Dunshee de Abranches, Raul Pederneiras, Herbert Moses, Danton Jobim, Prudente de Morais, neto, Barbosa Lima Sobrinho e
Fernando Segismundo, que a governaram em diferentes momentos dos 103 anos decorridos desde a sua fundação.
Considera a ABI que as reflexões que esta data inspira apontam para a necessidade de adoção da transparência na vida nacional como uma imposição da Constituição da República, que a estabeleceu como um dos princípios básicos da gestão do Estado e da condução da vida social. Um importante progresso na transparência imposta pela Constituição Federal será a abertura dos arquivos da ditadura militar, como reclama a consciência cívica nacional.
Para a comunidade jornalística, uma das manifestações necessárias e eficazes dessa transparência será a revelação da documentação contida nos arquivos da repressão política imposta à Nação pela ditadura militar que se abateu sobre o País entre 1964 e 1985 e que roubou a vida de inúmeros jornalistas, como Vladimir Herzog, Jaime Amorim Miranda, David Capistrano da Costa, Orlando Bonfim Júnior, Walter Pontes e muitos outros sobre os quais não há informações sobre as circunstâncias de sua morte e o destino dado aos seus corpos. É com saudade e a lembrança de seu sacrifício que a ABI exalta mais um Dia do Jornalismo.
Rio de Janeiro, 7 de abril de 2011
Maurício Azêdo, Presidente.”
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