Desembargador nega fraude contra repórter

O técnico de informática Thiago da Silva admitiu ter enviado e-mails falsos em nome do jornalista Chico Otavio, de O Globo, para 180 desembargadores do Estado do Rio de Janeiro, a mando do Desembargador Roberto Wider.

Funcionário de uma empresa prestadora de serviços ao Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ), Thiago prestou depoimento na Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI).

O jornalista Chico Otavio é um dos autores de uma série de reportagens publicadas pelo Globo em novembro de 2009, que ligavam Roberto Wider ao lobista Eduardo Raschkovsky, acusado por políticos, advogados e empresários de vender sentenças judiciais.

Em de 26 de janeiro último, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em decisão unânime, afastou o corregedor e abriu processo administrativo disciplinar para investigá-lo.

A mensagem falsa conclamava os desembargadores do TJ, com a “garantia do sigilo de fonte”, a contribuir para uma suposta série do jornal que teria como alvo o Desembargador Luiz Zveiter, Presidente do Tribunal. Para a delegada Helen Sardenberg, responsável pela investigação, o objetivo da fraude era exibir um suposto viés denuncista do repórter e indispô-lo com os magistrados.

As investigações sobre a fraude começaram logo após o envio do primeiro e-mail falso, em 10 de abril último. A polícia localizou o técnico de informática através da quebra do sigilo eletrônico.

Segundo Thiago, o desembargador teria pedido a ele que enviasse as mensagens em janeiro último.

Em entrevista ao jornal, Wider teria dito que “não existe nada de real” na denúncia feita pelo técnico de informática, e que o caso foi criado para desmoralizá-lo.

Um relatório sobre o caso foi entregue ao Ministério Público do estado (MPE-RJ), que irá enviá-lo à Procuradoria Geral da República.

*Com informações de O Globo e Extra.

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