Decaptado repórter japonês refém do Estado Islâmico (EI)


Por Cláudia Souza*

31/01/2015


Kenjy Goto momentos antes da decaptação (Reprodução jornal el economistas.es)

Kenjy Goto momentos antes da decaptação (Reprodução jornal “el economistas.es”)

O grupo terrorista divulgou neste sábado, 31, um vídeo no site jihadistas Al Furqan, com imagens da  decapitação do jornalista japonês Kenji Goto, refém do Estado Islâmico desde outubro de 2014.

As imagens exibem Keji Goto de joelhos, vestindo um traje laranja, tendo à sua frente um homem encapuzado, que responsabiliza o governo japonês pelo “martírio” submetido ao jornalista. O vídeo termina a foto do corpo de Kenjy Goto após a decaptação.

“Vocês, assim como seus tolos aliados na coalizão satânica, ainda precisam entender que nós, pela graça de Alá, somos um califado islâmico com autoridade e poder, um exército inteiro sedento de seu sangue”, disse o carrasco, que possuiu sotaque britânico.

Dirigindo-se diretamente ao premiê japonês, Shinzo Abe, o assassino do jornalista afirma que “por causa de sua decisão precipitada em participar desta guerra invencível, esta faca não irá apenas sacrificar Kenji, mas também vai continuar a causar carnificina onde quer que seu povo esteja. Então, que comece o pesadelo para o Japão.”

O terrorista não menciona a situação do refém  piloto jordaniano Maaz al-Kassasbeh, também ameaçado de morte pelos jihadistas.

Cobertura

Kenji Goto viajou à Síria para cobrir o conflito no início de outubro de 2014, e deveria ter retornado ao Japão no fim daquele mês, mas foi capturado e feito refém. Já o piloto jordaniano Maaz al-Kassasbeh piloto foi capturado após a queda de seu avião durante uma operação da coalizão liderada pelos Estados Unidos no leste da Síria em dezembro último.

Kenji Goto trabalhando na cobertura de notícias (Imagem cedida pela página do Facebook “I am Kenji”)

Kenji Goto trabalhando na cobertura de notícias (Imagem cedida pela página do Facebook “I am Kenji”)

Dias depois, membros do El desistiram de cobrar um resgate, e exigiram em troca da libertação do jornalista,  a libertação da iraquiana Sajida al-Rishawi, que está presa na Jordânia, onde foi condenada por ataques jihadistas em Ama, em 2005.

A Jordânia prontificou-se a soltar a terrorista, mas pediu prova de vida do piloto jordaniano Maaz al-Kassasbeh, mas não obteve resposta.

No último dia 24, o cidadão japonês Haruna Yukawa, foi decaptado pelo EL.  Ele teria sido sequestrado em agosto do 2014, quando, supostamente, dava apoio logístico a um grupo rebelde rival envolvido na guerra civil síria, de acordo com o Estado Islâmico.

Haruna Yukawa, empresário japonês decaptado (Reprodução jornal elcomercio.pe)

Haruna Yukawa, empresário japonês decaptado (elcomercio.pe)

 

 

 *Com informações da agência AFP.