CPLP vai estimular ensino do português no mundo


31/03/2010


O Brasil e mais sete países integrantes da Comunidade de Países da Língua Portuguesa (CPLP) decidiram que vão estimular o ensino da língua portuguesa em todas as nações e que o idioma também será usado nos principais documentos produzidos pela Organização das Nações Unidas (ONU), inclusive materiais técnico e científico.

A decisão foi tomada em comum acordo em reunião em Brasília, por autoridades brasileiras e dos outros sete países integrantes da CPLP durante a Conferência Internacional sobre o Futuro da Língua Portuguesa no Sistema Mundial. Atualmente a língua portuguesa é falada por 250 milhões de pessoas em todo o planeta e ocupa o sexto lugar no ambiente internacional.

Em entrevista à Agência Brasil, o Ministro interino das Relações Exteriores, Antonio Patriota, disse que em vários países do mundo existe alguém falando o idioma português e que isso é um indício de que a difusão da língua deve ser estimulada: “Vamos trabalhar na formação de professores e também na edição e distribuição de material didático, além da do estímulo para intérpretes”, declarou o Ministro.

Os representantes da CPLP estabeleceram a criação de uma espécie de glossário, que poderá, por exemplo, facilitar a compreensão dos textos científicos e técnicos. Eles querem que as pesquisas realizadas em países de língua portuguesa sejam ampliadas com base nas orientações do Novo Acordo Ortográfico.

Segundo o Ministro Antonio Patriota, deverá ser criado também um Atlas indicando onde a língua portuguesa está presente. Luís Amado, Ministro de Negócios de Portugal, afirmou que há registro sobre o crescimento do número de pessoas interessadas em aprender a língua portuguesa, em regiões da África, Ásia e Europa.

Antonio Patriota informou que o principal objetivo do Brasil e dos demais integrantes do CPLP não é apenas transformar o português em mais um idioma adotado pela ONU, “mas atuar para sua difusão e emprego em situações específicas”. O Ministro disse ainda que há uma preocupação com as pessoas que se transferem dos países onde o português é a língua oficial, para viverem em outras regiões com línguas diferentes. Para esse grupo haverá uma atenção especial, antecipou o Ministro brasileiro.

A conferência internacional reuniu autoridades públicas, escritores, acadêmicos, editores, jornalistas e outros profissionais vinculados à difusão da língua. O Vice-presidente da ABI, Tarcísio Holanda, participou da abertura do evento. Paralelamente às discussões ocorreu a semana cultural da língua portuguesa. A cantora Maria Bethânia participou declamando trechos de obras literárias de autores de língua portuguesa.

* Com informações da Agência Brasil.