Correspondente do jornal Washington Post irá a julgamento no Irã


Por Igor Waltz*

15/01/2015


O correspondente do Washington Post Jason Rezaian está detido desde julho (Crédito: Vahid Salemi/AP)

O correspondente do Washington Post Jason Rezaian está detido desde julho (Crédito: Vahid Salemi/AP)

O caso do correspondente do jornal Washington Post, Jason Rezaian, detido há quatro meses, foi formalmente enviado à justiça iraniana, anunciou na noite desta quarta-feira, 14 de janeiro, o procurador geral de Teerã, Abbas Jafari-Dolatabadi. Ainda não foram divulgadas quais são as acusações ou a data da audiência, mas de acordo com a agência de notícias estatal Irna, o jornalista será julgado no Tribunal Revolucionário do Irã, que geralmente processa casos relacionados a crimes de segurança.

A informação foi divulgada no mesmo dia que o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, se reuniu com o chanceler iraniano Mohammed Javad Zarif antes da retomada das negociações com potências mundiais sobre o disputado programa nuclear do Irã.

Não está claro se os dois acontecimentos estão vinculados, apesar de Zarif ter dito anteriormente que esperava que a causa contra o jornalista Jason Rezaian pudesse ser resolvida. “Temos que esperar que o poder judiciário proceda, mas trataremos de oferecer toda a assistência humanitária possível. Esperamos que este assunto seja resolvido”, disse Zarif a jornalistas em Genebra.

O jornalista, de dupla nacionalidade americana e iraniana, trabalhava como chefe da sucursal do Post em Teerã desde 2012. Ele foi preso em 22 de julho com sua esposa, Yeganeh Salehi, uma jornalista libertada posteriormente após pagar fiança, por razões que nunca foram esclarecidas. A detenção do correspondente foi prolongada em 60 dias no dia 4 de dezembro, segundo sua família.

O Departamento de Estado dos EUA já mencionou reiteradamente o caso de Rezaian e de outros americanos detidos durante as conversas com o governo do Irã sobre um acordo para reduzir a capacidade nuclear deste país e aliviar as sanções internacionais contra a República Islâmica.

*Com informações a agência O Globo e da AFP.