29/04/2008
Fotos: Andre Zimmerer |
Nelson Sirotsky, Enrique Santos, Arlindo Chinaglia, Garibladi Alves e Célio da Cunha |
Os cem anos da Associação Brasileira de Imprensa foram festejados nesta terça-feira, 29, durante a III Conferência Legislativa sobre Liberdade de Imprensa, realizada no auditório da TV Câmara, na Câmara dos Deputados, em Brasília. Iniciativa da Associação Nacional de Jornais (ANJ) e da Organização das Nações Unidas paras a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), o encontro teve por objetivo debater a liberdade de imprensa no Brasil e comemorar o centenário da ABI, os 200 anos da Imprensa no Brasil e o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa e de Expressão, que transcorre em 3 de maio.
Com o apoio da ABI, da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), da Associação Nacional dos Editores de Revistas (Aner), da Associação Brasileira das Emissoras de Rádio e Televisão (Abert) e da Escola Superior de Propaganda e Marketing, foram realizados os painéis “Conquista do direito à liberdade de imprensa” e “A imprensa na história política do País”.
Na abertura do evento, o Presidente da ANJ, Nelson Sirotsky, destacou a homenagem à ABI, “um dos orgulhos nacionais, símbolo da luta pela liberdade e do combate ao autoritarismo”, e a importância do debate sobre a liberdade de imprensa dentro do Congresso Nacional:
— O Poder Legislativo e a liberdade de imprensa caminham juntos. Vivemos hoje no Brasil com ampla liberdade de imprensa, mas é essencial debater o tema e propagar sua importância vital para a democracia. Há muito a ser discutido e aperfeiçoado.
A Associação Brasileira de Imprensa foi homenageada também nos discursos dos Presidentes da Câmara, Arlindo Chinaglia, e do Senado, Garibaldi Alves Filho; do Vice-presidente da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), Enrique Santos; e do Coordenador do Centro de Comunicação e Publicações da Unesco no Brasil, Célio da Cunha.
Painéis
César Mesquita, Maurício, Marco Maciel e Miro Teixeira |
No primeiro painel, moderado pelo Presidente da ANJ, Nelson Sirotsky, falaram o Vice-presidente da Organizações Globo, João Roberto Marinho; o integrante do Conselho de Administração do Grupo Estado Júlio César Mesquita; o Presidente da Folha de S.Paulo, Luís Frias; e o Presidente do Grupo Abril, Roberto Civita.
João Roberto criticou as decisões do Poder Judiciário “que significam, na prática, a censura prévia”, enquanto Luís Frias sugeriu que o Congresso vote uma nova Lei de Imprensa, sintonizada com a Constituição de 88. Júlio Mesquita historiou a censura sofrida pelo jornal Estado de S.Paulo ao longo da sua existência, sobretudo durante o regime militar, e Roberto Civita opinou que a liberdade de imprensa e a democracia são valores próprios das economias de mercado.
O Presidente da ABI, Maurício Azêdo, foi o moderador do segundo painel, que teve como palestrantes o Senador Marco Maciel (DEM-PE), o Deputado Miro Teixeira (PDT-RJ) e o Presidente Nacional da OAB, Cezar de Britto.
Miro Teixeira, que integra o Conselho Consultivo da ABI, fez um histórico de como as Constituições brasileiras trataram a questão da liberdade de imprensa e advogou que, pela Constituição de 88, não há necessidade de legislação para regulamentar a questão, ou seja, é totalmente desnecessária a existência de qualquer Lei de Imprensa.
Maurício Azêdo agradeceu as homenagens prestadas à Associação e disse que “a conferência foi uma bela oportunidade para discutir um tema que não interessa apenas aos jornais e aos jornalistas, mas a toda a sociedade”:
— Liberdade de imprensa não é um direito da imprensa, mas dos cidadãos. É importante que se debata a questão para buscar aperfeiçoamentos que garantam o pleno exercício da liberdade de informar e ser informado.