05/07/2021
A Comissão Temporária da Covid-19 debate o tema “Campanhas de comunicação sobre a pandemia de covid-19, estratégias, monitoramento de publicidade, desinformação e fake news sobre vacinação. Foram convidados Frank Oliveira, diretor-Adjunto da Agência Brasileira de Inteligência (Abin); Paulo de Sousa, presidente da Associação Brasileira de Imprensa (ABI); Josiclecia Nogueira, secretária de Comunicação do governo do Amazonas; Murilo Aragão, fundador da Arko Advice.
Paulo Jeronimo, presidente da ABI, falou aos 21’28” por cerca de 3 minutos. Veja o video em https://www.youtube.com/watch?v=ENa3Ut6GqPA
Abaixo, o depoimento do Presidente da ABI:
Exmos. Senhoras e Senhores Senadoras e Senadores,
Eminentes convidadas e convidados,
Prezados Senadores Styvenson Valentim e Confúcio Moura
Desde o primeiro momento em que a Organização Mundial da Saúde anunciou a existência da pandemia da Covid-19, a Associação Brasileira de Imprensa, uma entidade com 113 anos de existência de serviços prestados à democracia e aos direitos humanos, decidiu por acompanhar o caminho da ciência, respeitando todas as determinações médico-sanitárias emanadas das instituições científicas, especialmente da OMS.
Infelizmente, não foi este o caminho adotado pelo governo Bolsonaro. Optou-se pelo negacionismo mais tosco e anticientífico.
Tal comportamento do Poder Executivo federal de rejeição ao isolamento social, ao uso de máscaras, de apoio a tratamento precoce sem comprovação científica, e a postergação da compra de vacinas resultou em uma imensa tragédia, com a morte de mais de 520 mil brasileiras e brasileiros.
Diversos estudos afirmam que centenas de milhares dessas mortes poderiam ter sido evitadas, se tivessem sido adotadas, como a maioria dos países do mundo, as determinações científicas. Estas perdas atingiram tal dimensão, que já reduziu a expectativa de vida dos brasileiros.
Antesmesmo de o Brasil, com uma população correspondente a 2,7% da população mundial, atingir a marca de cerca de 15% das mortes por covid-19 no mundo, a ABI se posicionou politicamente no enfrentamento daqueles que a entidade considerava como os principais responsáveis. Ela encaminhou à Câmara dos Deputados pedidos de impeachment do presidente Jair Bolsonaro, em maio de 2020 e em 2021, ao então ministro da Saúde, general Pazuello, que se notabilizou pela frase “Um manda, outro obedece”.
Outro aspecto criminoso que precisa ser combatido, com todo rigor, são as fake news, disseminadas principalmente nas redes sociais. A desinformação e a divulgação de mentiras resultam em comportamentos sociais perigosos que podem levar, inclusive, a perda de vidas.
Diante destes fatos, a ABI vem a esta Audiência Pública da Comissão Temporária Interna do Senado da República afirmar que somente o afastamento ou a renúncia do presidente Jair Bolsonaro poderá impedir que outras centenas de milhares de brasileiras e brasileiros percam suas vidas por causa da covid-19.
Assim, da mesma forma que a ABI decidiu incorporar-se a partidos políticos, organizações da sociedade civil e personalidades e assinar um superpedido de impeachment do presidente Jair Bolsonaro, nossa centenária entidade conclama a todos e a se engajar na luta pelo afastamento de um presidente incapaz de ter empatia com milhões de brasileiras e brasileiros em luto, em decorrência da sua irresponsabilidade e desumanidade.
Prezados Senadores, não posso deixar de registrar que a classe jornalística está de luto, Segundo a Fenaj, até março deste ano perdemos 164 companheiros pela Covid-19. Cerca de 14 jornalistas por mês.
Na ABI, já perdemos 2 diretores e 3 conselheiros. É muita dor senhoras e senhores.
Muito obrigado
Paulo Jeronimo
Presidente da ABI