Na edição desta segunda-feira, 28 de março, o jornal argentino
Clarín circulou com a primeira página em branco. A medida foi adotada em protesto contra o Governo da Argentina, acusado de negligenciar no caso da greve de sindicalistas que impediu a circulação do diário no último domingo. A manifestação impediu a distribuição de milhares de exemplares do jornal.
Manifestantes sindicais simpatizantes de Hugo Moyano — aliado do Governo e Secretário Geral da Central Geral do Trabalho (CGT) — bloquearam a saída dos caminhões que levariam o jornal às bancas. Somente ao meio-dia, o bloqueio foi suspenso. A sede do jornal em Mendoza, onde funciona a redação e a administração do Clarín, amanheceu pichada com mensagens ofensivas contra o veículo.
A edição continha uma reportagem que denuncia a investigação judicial sobre Moyano, com fotos de propriedades luxuosas do líder sindical.
Desde novembro passado, a gráfica do veículo, que faz oposição ao Governo de Cristina Kirchner, já foi cercada cinco vezes, mas esta foi a primeira vez, em seus 65 anos de história, que o periódico deixou de circular, de fato.
Diversos políticos de oposição, entidades e associações importantes manifestaram seu desagrado frente à situação no país. O Ministro do Interior da Argentina, Florêncio Randazzo, alegou que o protesto se tratava apenas de uma manifestação sindical, e que “nada tinha a ver com um atentado à liberdade de imprensa.”
Em nota, O Clarín afirmou que “é falso o argumento dos que tentaram mascarar o fato com uma suposta reivindicação trabalhista, porque não existem conflitos coletivos em nenhuma das empresas do Clarín.”
* Com informações do O Globo, do Estadão, e do Clarín.com