Por Igor Waltz*
03/10/2014
Um cinegrafista freelancer norte-americano que trabalhava para a rede de TV NBC News foi diagnosticado com ebola na Libéria e deverá voltar aos Estados Unidos para receber tratamento. Ashoka Mukpo, de 33 anos, havia sido contratado pela emissora na última terça-feira, 30 de setembro, para trabalhar como cinegrafista e editor da correspondente Nancy Snyderman. Ela está com outros três funcionários da NBC em Monróvia, capital da Libéria, de onde reporta sobre a epidemia.
Mukpo é o quarto norte-americano e o primeiro jornalista ocidental infectado pelo vírus desde o início do atual surto na África. A NBC anunciou que repatriará toda a equipe em voos privados.
“Estamos tomando todas as medidas para proteger nossos funcionários e o público em geral. O resto da equipe da Monróvia está sob vigilância e por enquanto não apresenta sintomas. De todo modo, por precaução, os traremos em um voo privado e depois eles ficarão em quarentena por 21 dias”, explicou em comunicado a presidente da “NBC” News, Deborah Turness.
O repórter foi diagnosticado como “positivo para ebola” pelo centro médico da Organização Médicos Sem Fronteira nesta quinta-feira, 2 de outubro. “O repórter ficou doente com sintomas nesta quarta-feira [1º de outubro], sentindo-se cansado e com dores no corpo, além de apresentar febre. Imediatamente, ele mesmo se pôs em quarentena e procurou orientação médica”, acrescentou a emissora em sua página na internet.
De acordo com o pai de Mukpo, o médico Mitchell Levy, o jornalista trabalhava há três anos em projetos humanitários na Libéria. “Ashoka vive na África há muitos anos e estava ciente dos riscos, mas sentiu sobre a necessidade de oferecer uma perspectiva honesta do local dos acontecimentos”, disse. “Os médicos estão otimistas sobre seu prognóstico”.
Americanos infectados
A notícia chegou em um momento de alerta nos Estados Unidos com a doença, depois de ser confirmando na terça o primeiro caso de ebola no país: Thomas Eric Duncan, cidadão liberiano que contraiu a doença na nação africana e agora recebe tratamento em um hospital de Dallas, no Texas.
Desde que começou a epidemia de ebola na África Ocidental, os Estados Unidos já tinham recebido outros americanos infectados pela doença. Foi o caso do médicos missionários Kent Brantly e Rick Sacra, além da trabalhadora voluntária Nancy Writebol. Infectados na Libéria, os três foram tratados nos Estados Unidos e tiveram alta recentemente.
O Instituto Nacional de Saúde americano (NIH) reportou ainda ter recebido outro médico americano que foi exposto ao vírus enquanto trabalhava em Serra Leoa de maneira voluntária.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o total de mortes causadas pela atual epidemia do vírus ebola alcançou 3.338 pessoas e o número de casos prováveis, confirmados e suspeitos soma 7.178.
Os países afetados são Guiné, Libéria, Nigéria, Senegal e Serra Leoa. A agência alerta que o número de casos pode crescer exponencialmente, com mais de 20.000 infectados até o começo de novembro, se novas medidas não forem adotadas para conter o vírus.
* Com informações da Reuters, EFE, NBC News, ABC News, Veja e G1.