15/02/2023
Quis o destino – não padrinho destino – dar a essa “professora doutora de jornalismo” uma raríssima doença genética, que tem um nome horrível: paramiloidose. Desconstrói uma pessoa, torna o organismo inimigo do próprio organismo, o corpo ataca o próprio corpo. Afeta enzimas no fígado, responsáveis pelo transporte de vitamina A, e cria outras enzimas nocivas – Cilene, em decorrência da doença, submeteu-se a transplante de fígado. Como não há transplante de sorriso, ela manteve, apesar de todo o sofrimento com a tal enfermidade, o mesmo sorriso e o mesmo sense of humor. E se transplante desse tipo houvesse, o do sorriso e do alto astral, ela não os faria. Jamais deixaria de carregá-los a todos locais e situações. Cilene era feita de alma e matéria raras.
Cilene trabalhou, e no mesmo estilo Cilene, como diretora de comunicação do Hospital Israelita Albert Einstein, enquanto funcionária da agência Jeffrey Group. Discreta como sempre, denunciava o negacionismo e descaso federal na época do auge da Covid-19 da forma mais jornalística que se espera de um profissional da verdade: informava aos colegas dados corretos, e, dessa forma, fazia ruir a desinformação que vinha do Planalto. Ela, sozinha, enfrentava com esse método uma máquina governamental especializada na produção de mentiras.