Em viagem oficial ao Brasil, o Chefe de Imprensa do Governo iraniano, Ali Akbar Javanfekr, disse em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo que a sua missão é aumentar a cooperação com a Secretaria de Comunicação da Presidência e do Itamaraty. Ele afirmou que já teve encontros com autoridades brasileiras, que demonstraram interesse em ampliar o leque de relações entre os dois países.
O comentário foi feito durante visita a São Paulo, onde Ali Akbar Javanfeker foi entrevistado pela colunista Eliane Cantanhêde e o editor internacional da Folha, Fábio Zanini. Segundo Ali Akbar, que dirige a agência de notícias estatal Irna, o estágio atual das relações entre Brasil e Irã é positivo, tendo sido efetuados grandes movimentos para intensificar as relações em diversos campos. Ele disse também que pretende abrir um escritório da agência iraniana no Brasil.
Ali Akbar disse que a Presidente Dilma Roussef está “mal informada” sobre a pena de apedrejamento da iraniana Sakineh Ashtiani, sob a acusação de adultério. Ele disse que “há 2 mil 500 Sakineth nas prisões brasileiras, acusadas de homicídio”.
Ao comentar a execução de uma mulher nos Estados Unidos recentemente, o diretor da Irna disse o seguinte: “Se a Presidente Dilma está preocupada, podia também criticar os Estados Unidos (de violação dos direitos humanos)”. Ele se referia à posição da Presidente Dilma, que teria dito que a suposta execução de Sakineh por apedrejamento seria “um ato bárbaro”.
Ali Akbar Javanfekr se referiu ao jornalismo como um “trabalho sagrado”, declarando que no Irã, ao contrário do que informam as agências internacionais, nenhum jornalista foi impedido de cobrir as manifestações da oposição ao Governo Mahmoud Ahmadinejad.
“A ONG Repórteres sem Fronteiras coloca o Irã como o quarto pior país do mundo para a imprensa (…). Convidamos vocês jornalistas a visitar nosso país e ver de perto a situação. Jornalismo é um trabalho sagrado. Esses relatórios são tendenciosos e irreais. Sabemos quem os patrocina (os sionistas)”, declarou Ali Akbar na entrevista à Folha.
* Com informações da Folha de S. Paulo.