08/12/2006
“Jaru – Rondônia, 29 de novembro de 2006
Denúncia grave!
O camponês Ruço corre sério risco de ser assassinado no presídio Urso Branco
Há cerca de 15 dias o camponês Wenderson Francisco dos Santos, o Ruço, foi transferido pela direção do presídio Urso Branco para o “seguro”, cela onde ficam os presos jurados de morte por outros presos, e depois para a enfermaria, sem nenhum motivo.
Há várias semanas, o presídio Urso Branco passa por uma situação crítica: as visitas e banho de sol dos detentos estão suspensos, os familiares estão sendo agredidos pela polícia, presos estão denunciando maus tratos e torturas. O Estado está a par destas denúncias, mas não toma nenhuma medida. Uma nova rebelião e mortes são iminentes.
Um fato estranho ocorreu esta semana, que aumenta ainda mais nossas suspeitas de um plano sinistro para assassinarem o Ruço. Um homem, identificado como detento do presídio Urso Branco, ligou na sede da LCP e disse saber de um plano dos presos para matarem o Ruço como forma de repercutirem suas reivindicações, em função do companheiro estar sendo apoiado por várias entidades democráticas nacionais e internacionais.
Suspeitamos tratar-se de um plano da polícia para assassinar o companheiro e colocar a culpa nos outros presos, aproveitando-se da crise carcerária no estado. Não é a primeira vez que a polícia tenta fazer esse tipo de armação contra o companheiro. Quando Ruço estava preso em Jaru, a polícia colocou pistoleiros na mesma cela que ele, tentaram jogar presos contra ele, permitiram a entrada de pessoas em nome da OAB e Direitos Humanos para tentar colocar o companheiro contra seu próprio advogado.
O Ruço está preso injustamente desde agosto de 2003. Seu julgamento estava marcado para setembro deste ano e teve uma forte mobilização e defesa do companheiro que é inocente. Uma Carta Aberta, que denunciou as arbitrariedades e injustiças cometidas contra o Ruço, foi assinada por mais de 600 pessoas e entidades democráticas do país e de várias partes do mundo. Por medo do companheiro ser absolvido pelo júri popular, a juíza do caso, Fabíola Sarkis, da comarca de Jaru, pediu o desaforamento e o julgamento foi adiado por tempo indeterminado. Desde então, o pedido de Hábeas Corpus e outro de transferência estão emperrados na justiça sem serem julgados.
Qualquer atentado contra o companheiro Ruço é de total responsabilidade da direção do presídio Urso Branco e do governo estadual. Exigimos sua liberdade imediata.
LCP – Liga dos Camponeses Pobres de Rondônia”