Câmara Municipal do Rio contabiliza prejuízos após invasão


Por Cláudia Souza*

02/08/2013


Funcionários da Câmara dos Vereadores fazem a limpeza após invasão (Foto: Severino Silva / Agência O Dia)

Funcionários da Câmara dos Vereadores fazem a limpeza após invasão (Foto: Severino Silva / Agência O Dia)

A Câmara de Vereadores do Rio foi vistoriada, na tarde desta quinta-feira, dia 1º, por um técnico de preservação do patrimônio histórico. O Palácio Pedro Ernesto, tombado pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), sofreu danos durante a invasão de manifestantes ocorrida na noite de quarta-feira, dia 31.

O restaurador George Sliachticas, que presta serviço para órgãos de preservação ao patrimônio histórico, esteve na Câmara Municipal para avaliação dos danos.

De acordo com a assessoria da Câmara, cerca de 200 pessoas invadiram o prédio pela entrada lateral, localizada na rua Alcindo Guanabara. O portão estava entreaberto para a saída dos funcionários que ainda trabalhavam no local. Os manifestantes entraram em confronto com a polícia, que promoveu a retirada do grupo com o uso da força.

A assessoria do Palácio Pedro Ernesto informou que foram danificados mobiliários e obras de arte, como a base de sustentação do busto de Pedro Ernesto (prefeito do Rio de Janeiro nos anos 1930, quando a cidade era capital federal), de autoria de Pinto dos Santos datado de 1933. No quadro “Retrato do Coronel Moreira Cesar, óleo sobre tela com dimensão 120 x 90 cm, pintado pelo italiano Gustavo Dall’Ara, foram desenhados chifres. As salas da Liderança do Governo, Coordenadoria Militar, Cerimonial e Sala Inglesa tiveram as portas arrombadas e as paredes pichadas com o símbolo do anarquismo. Os invasores danificaram maçanetas, quebraram vidraças, arrombaram armários e jogaram tinta nos corredores.

Os atos de vandalismo incluíram ainda a retirada de três bases do painel de votação no plenário, a destruição da sala do servidor da internet da Casa e do equipamento para detecção de metais situado na entrada lateral na rua Alcindo Guanabara.

Na reabertura da casa, por volta das 8h desta quinta-feira, dia 1º, funcionários encontraram dois artefatos explosivos de fabricação rudimentar no corredor de acesso à sala da Presidência da Câmara.

Repúdio

Em nota, a Mesa Diretora da Câmara Municipal do Rio declarou apoio às manifestações populares, desde de que realizadas de forma pacífica, e repudiou a invasão e os atos de vandalismo contra o Palácio Pedro Ernesto.

Apesar da situação caótica, à tarde foram reabertos os trabalhos legislativos após o recesso parlamentar.

As visitas ao prédio histórico serão mantidas de segunda a sexta, no horário comercial.

Para garantir a segurança do prédio, uma viatura da Polícia Militar permanecerá de prontidão na entrada da Câmara.

Manifestação

O protesto da noite desta quarta-feira teve início na Cinelândia. Os manifestantes se concentraram na escadaria da Câmara e seguiram em passeata até a sede do Ministério Público Estadual, onde uma carta de reivindicações foi entregue ao procurador-geral de Justiça, Marfan Vieira. Em seguida, o grupo ocupou as escadarias da Assembleia Legislativa (Alerj), retornou à Cinelândia e invadiu a Câmara dos Vereadores do Rio.

Manifestantes e policiais entraram em confronto no exterior e no interior da Câmara. A polícia lançou bombas de efeito moral e gás de pimenta para dispersar os manifestantes, que seguiram de ônibus para outro protesto, desta vez em frente à residência do governador Sérgio Cabral, no Leblon.

*Com informações da Câmara Municipal, O Globo, G1, R7, Agência Brasil

*Capa – Foto do busto de Pedro Ernesto: Severino Silva / Agência O Dia