Brasília ganha exposição sobre Oscar Niemeyer


13/03/2008


Foi inaugurada nesta quinta-feira, dia 13, às 19h30, em Brasília, a exposição “Oscar Niemeyer: arquiteto, brasileiro, cidadão”. A mostra é uma realização do Instituto dos Arquitetos do Brasil e do Instituto Tomie Ohtake, no Museu Nacional do Conjunto Cultural da República (Setor Cultural Sul, Lote 2).

A exposição estará aberta ao público desta sexta, dia 14, a 8 de abril, de terça a domingo, das 9h às 18h, e contou com a colaboração do próprio arquiteto e tem a coordenação de Ricardo Ohtake e Kadu Niemeyer.

“Oscar Niemeyer: arquiteto, brasileiro, cidadão” chega à capital federal depois de passar por Belo Horizonte, Curitiba, São Paulo e Niterói e faz parte das comemorações do centenário do homenageado, celebrado em 15 de dezembro de 2007.

De acordo com os organizadores, não foi por acaso que o local escolhido para abrigar a exposição tenha sido o Museu Nacional do Conjunto Cultural da República, pois a construção (que integra o setor cultural do Eixo Monumental da cidade) “é um espaço que Niemeyer há muito desejava e pôde ver recentemente construído”.

Para o curador Marcus Lontra, a mostra é uma rara oportunidade de o público conhecer o talento do artista:
— Visitar essa exposição, aqui em Brasília, é, antes de tudo, um convite a estender nosso olhar a essa magnífica capital e nela descobrir todo o potencial de beleza que o talento e a inteligência de Niemeyer nos legou.

Além das obras do arquiteto para Brasília, a exposição apresenta algumas dezenas de projetos que traçam um panorama de sua obra. São textos, fotos, desenhos e maquetes que representam as principais fases da arquitetura de Oscar Niemeyer.

Em “Pampulha: o berço da arquitetura moderna brasileira” (1940 a 1943) está o início do trabalho do arquiteto que marca o início de uma identidade brasileira. “Forma livre e organicidade” (1943—1953) apresenta a combinação da liberdade formal com técnicas de engenharia e cálculo de materiais, com destaque para o concreto armado. No terceiro segmento, “Brasília: modernidade, magia e eternidade” (1953—1965), evidencia-se, conforme afirma o curador, “o desejo de Niemeyer em explorar uma realidade paralela, oculta, tal qual nosso subconsciente”.

Em “Vivendo os anos de chumbo no exterior” e “A caminho de uma arquitetura social” (1965—1989), acompanha-se o período de exílio do arquiteto, logo após a construção de Brasília. Segundo os organizadores, esta etapa da mostra destaca o período em que Niemeyer “intensificou em sua obra a finalidade política, social e pública, além do apuro técnico pelo contato com a história e a arquitetura da Antigüidade”.

O ultimo módulo, “O museu pessoal e o museu do homem” (de 89 até hoje), demonstra o momento do pleno domínio do próprio vocabulário nos inúmeros projetos desenvolvidos para espaços culturais e públicos, culminando com o recente Centro Administrativo de Minas Gerais.