Brasileiros que iam à Líbia retidos em Túnis


19/08/2011


Os integrantes de uma delegação brasileira convidada pelo Governo da Líbia a visitar o país está retida desde quarta-feira, dia 1º de agosto, em Túnis, capital da Tunísia, porque os bombardeios aéreos da Organização do Tratado do Atlântico Norte-Otan impedem a travessia da fronteira dos dois países. Da delegação participam os Deputados federais Brizola Neto (PDT-RJ) e Protógenes de Queirós (PCdoB-SP), o advogado Felipe Boni de Castro, a militante feminina Alzimara Bacellaar e o jornalista e escritor Mário Augusto Jakobskind, membro da Comissão de Defesa da Liberdade de Imprensa e Direitos Humanos da ABI.

A delegação divulgou uma declaração de protesto contra os bombardeios feitos pela Otan, que alcançam áreas sem importância estratégica e instalações militares e causam pesados danos à população civil. A declaração tem o seguinte teor:

“Nós , integrantes da delegação brasileira que tem como missão ir à Líbia conhecer de perto a situação no país do Norte da África que está sendo vítima de bombardeios diários, queremos manifestar nosso repúdio às recentes ações aéreas da Organização do Tratado do Atlântico Norte-Otan a vilarejos da cidade de Zhaltan, interrompendo a estrada que liga a Tunísia à Líbia , impedindo dessa forma a entrada de ajuda humanitária àquele país, assim como o simples direito de ir e vir dos cidadãos.

Na noite de segunda feira (15) tivemos a informação segundo a qual o médico líbio Heghan Abudeihna, ao atravessar a fronteira com sua família, foi atingido pelos bombardeios. Integrantes de sua família foram vitimados.

Esses bombardeios estão impedindo, por ora, o ingresso da nossa delegação, que aguarda em Túnis a informação de que a região mencionada esteja sob controle das autoridades líbias. Somente sob essas condições de segurança será autorizado o nosso ingresso para que seja possível a realização de nosso trabalho.

De antemão fica possível, desde já, atestar que a ação da Otan vem extrapolando os princípios que afirmavam contextualizar sua atuação em território líbio, posto que na região atingida não se encontravam forças militares governamentais ou quaisquer entidades que pudessem representar perigo às forças rebeldes.

Entendemos que a única forma de acabar com a crise enfrentada pela Líbia é a realização de um plebiscito, sob a supervisão da Organização das Nações Unidas, para que o povo decida que regime prefere.”