10/10/2008
O Cine ABI encerrou na noite da última quinta-feira, 9, a mostra A Imprensa no Cinema, com o clássico “Cidadão Kane”, considerado pela crítica o melhor filme de todos os tempos.
A mostra, iniciada em 5 de junho, exibiu dezenas de filmes cuja temática é o jornalismo, entre eles “A trágica farsa”, de Mark Robson; “A grande ilusão”, de Robert Rossen; “Todos os homens do Presidente”, de Alan J. Pakula; “A luz é para todos”, de Elia Kazan; “Correspondente estrangeiro”, de Alfred Hitchcock; e “Aconteceu naquela noite”, de Frank Capra.
Os títulos revelaram os bastidores da imprensa, a rotina dos jornalistas e o papel fundamental da mídia na construção da sociedade e em defesa das liberdades.
Chatô
Cena do filme |
Na próxima quinta-feira, às 19h, o Cine ABI, organizado pelo Diretor de Cultura e Lazer da entidade, Jesus Chediak, exibe o curta-metragem “Chateaubriand — Cabeça de paraíba” e o documentário “Chateaubriand”, ambos do cineasta Marcos Marins, diretor do premiado “Memórias da Chibata”. Os dois filmes narram momentos importantes da trajetória de Assis Chateaubriand, fundador dos Diários Associados, um dos maiores impérios da mídia no Brasil.
Inicialmente previsto para ser um longa-metragem,
“Chateubriand — Cabeça de paraíba” foi redimensionado para o formato curta em função das dificuldades de captação de recursos. A produção foi exibida em 15 festivais e mostras no Brasil, Bélgica e França, no site www.cinemabrasil.org.br, no projeto TV Escola, em emissoras públicas de televisão e no Canal Brasil. Teve grande destaque também, em 2001 e 2002, respectivamente, na Feira Nacional de Artes de João Pessoa e no Festival de Cinema de Fortaleza, onde foi aplaudido por mais de 3 mil pessoas:
— Concentrei o roteiro do curta na inauguração da TV Tupi, passando pela ascensão do império de Chatô e culminando na chegada da Rede Globo e do grupo Timelife, que determinam a decadência e a derrocada do império — diz o cineasta.
Memória
O documentário inédito “Chateaubriand” reúne nove entrevistas realizadas por Marcos Marins na década de 90, durante a pesquisa para o longa. Estão entre os entrevistados pessoas que conviveram de perto com o jornalista, empreendedor, mecenas e político:
— O depoimento de Barbosa Lima Sobrinho foi realizado na ABI, quando ele ainda ocupava a Presidência da Casa — conta Marins. — Ouvi também Austregésilo de Athayde, que então estava à frente da ABL; Emília Araúna, a enfermeira que cuidou de Chatô durante oito anos, e Martinho de Luna Alencar, que foi Tesoureiro dos Diários Associados. Como o material é muito rico e inédito, decidi transformá-lo em DVD, contribuindo para o resgate da memória da imprensa brasileira. A exibição na ABI será um importante teste de audiência para alavancar projetos de incentivo aos filmes.