Por Igor Waltz*
14/08/2013
No último dia 6 de agosto, a Justiça do Rio Grande do Norte condenou João Francisco dos Santos, conhecido como Dão, pelo assassinato do jornalista Francisco Gomes de Medeiros na cidade de Caicó, a 260 km de Natal. F.Gomes, como era conhecido na região, era diretor de jornalismo da Rádio Caicó e cobria corrupção, violência e tráfico de drogas. O radialista, na época com 46 anos, foi baleado pelo menos cinco vezes em frente de casa em 18 de outubro de 2010 e morreu no hospital.
Dão foi condenado a 25 anos e seis meses de prisão pelo assassinato e a um ano e meio pela resistência à prisão. Réu confesso, ele também foi condenado a pagar R$ 300 mil à família do profissional.
O comerciante Lailson Lopes, apontado como um dos mandantes do crime, também deveria ter sido julgado no dia 6, mas teve o júri cancelado porque a advogada Maria da Penha Batista de Araújo abandonou sua defesa logo após o início da audiência. A advogada alegou foro íntimo para deixar o caso. Pela renúncia, ela foi multada em 50 salários mínimos. Um novo júri ainda será marcado.
Segundo a investigação, além de Lailson, o pastor da Primeira Igreja Batista Gilson Neudo Soares do Amaral, o coronel Marcos Antonio de Jesus Moreira e o policial militar Evandro Medeiros pagaram R$ 8 mil pela execução do jornalista. Todos estão presos.
Dão foi preso um dia após o assassinato e confessou a autoria do crime. As autoridades investigaram vários possíveis motivos ligados às reportagens de Gomes e acusaram um grupo de ter ordenado, planejado e executado o crime. Os indivíduos, segundo as reportagens, tinham queixas com relação à cobertura de F. Gomes sobre crime local, corrupção e tráfico de drogas.
“Justiça foi feita”
A família do jornalista enviou uma nota à imprensa em agradecimento ao apoio recebido durante o julgamento. Eliene, esposa de F. Gomes, e os filhos Esley, Everton e Érika agradecem ao poder judiciário, todos os envolvidos no julgamento, à imprensa e à polícia.
“Os familiares agradecem a todas as pessoas que, de uma forma ou de outra, ajudaram nesse primeiro momento da caminhada em busca da ‘Justiça’”, diz um trecho da nota. “A família está satisfeita porque foi feita ‘Justiça’, e pede que os demais réus sejam levados a julgamento popular”, afirma outra parte da nota.
“Os familiares do jornalista Francisco Gomes de Medeiros, (F. Gomes), publicamente, agradecem a todas as pessoas que, de uma forma ou de outra, ajudaram nesse primeiro momento da caminhada em busca da “Justiça”.
A esposa e os filhos do profissional pediram que os demais réus sejam levados a julgamento popular.
*Com informações do G1 e da Abraji.