08/05/2013
O jornalista Paulo Roberto Cardoso Rodrigues, o Paulo Rocaro, editor do Jornal da Praça, em Ponta Porá, Mato Grosso do Sul, pode ter sido assassinado por motivação política. Segundo investigações da Polícia Civil da cidade que faz fronteira com o Paraguai, o empresário Cláudio Rodrigues de Souza, conhecido como “Meia-Água”, foi o mandante do crime, ocorrido em 13 de fevereiro de 2012.
Informações mostram que os resultados das investigações iniciadas no dia da morte foram apresentados nessa terça-feira, 7 de maio. O crime teria ocorrido por divergências entre Rocaro e Souza sobre quem seria indicado para concorrer à prefeitura da cidade pelo PT, partido ao qual os dois eram ligados. Enquanto o jornalista apoiava o nome do ex-prefeito, Vagner Piantoni, o empresário, dono de postos de gasolina em Ponta Porã, defendia a indicação de sua esposa, Sudalene Alves Machado, para representar a legenda nas eleições municipais.
Meia-água, que também foi condenado por homicídio em São Paulo, com pena de 17 anos de prisão, negou ter sido o mandante do crime em sua página em uma rede social e anunciou que pretende se apresentar para esclarecer o que classificou como uma “limpeza de gavetas da delegacia” por parte do delegado que comanda as investigações. O empresário negou estar foragido e diz que pretende conceder uma coletiva à imprensa após contatar o seu advogado.
No dia 11 de fevereiro de 2011, o empresário teria chamado Rocaro para uma conversa, que não acabou bem, segundo relatório da polícia. À época, o jornalista disse que escreveria matérias sobre a máfia e o crime organizado, referindo-se a supostos negócios de Souza.
Após essa conversa, Souza articulou a morte de Rocaro e, no dia seguinte, por volta das 23h30, quando o jornalista voltava para casa após uma festa na casa de Piantoni, o carro dele, um Fiat Uno, foi abordado por dois homens em uma motocicleta que disparam 12 tiros de pistola 9 milímetros contra o jornalista. Quatro balas o atingiram, perfurando o braço direito e o tórax. Rocaro morreu horas depois, na madrugada do dia 13, devido a hemorragia.
De acordo com a investigação foi depois disso que o empresário arquitetou o crime, executado, segundo a polícia, por Luciano Rodrigues de Souza e Hugo Stancatti Ferreira da Silva. Hugo desapareceu da cidade após o crime e há informações de que vive em Pedro Juan Caballero, cidade paraguaia vizinha à Ponta Porã. A polícia não tem informações do paradeiro de Luciano.
Texto: Igor Waltz
* Com informações do Portal i9 e do Portal Terra.