O fundador do site WikiLeaks, Julian Assange concedeu entrevista à imprensa nesta sexta-feira, em frente à mansão de Suffolk, no Reino Unido, onde cumpre a liberdade condicional. O jornalista demonstrou preocupação com a possibilidade de ser extraditado para os Estados Unidos:
—Meus advogados me informaram que está em curso uma nova tentativa de difamação. Isto ainda deve ser confirmado, mas pode haver uma acusação de espionagem contra mim nos Estados Unidos, a partir de uma investigação secreta de um grande júri americano. O maior risco, e o que preocupa a todos nós, é a extradição para os Estados Unidos. E isto parece ficar cada vez mais sério e mais provável. Existe uma campanha de difamação muito bem-sucedida e completamente injustificada por trás destas acusações contra mim.
Na quinta-feira, 16, o jornal The New York Times afirmou que promotores federais dos Estados Unidos estão procurando provas para acusar Assange de conspiração.
De acordo com o jornal, funcionários do Departamento de Justiça estão tentando determinar se Assange encorajou ou ajudou o soldado Bradley Manning, suspeito de ter divulgado documentos confidenciais do Governo.
—Eu nunca tinha ouvido falar no nome Bradley Manning antes de ser divulgado pela imprensa. A tecnologia do WikiLeaks foi projetada desde o início para assegurar que nunca conheçamos os nomes ou as identidades de pessoas que nos repassam materiais. Em última análise, essa é a única maneira de garantir anonimato às fontes, disse Assange.
O jornalista assegurou que, apesar dos ataques ao site, vai continuar o trabalhao e prometeu novas revelações de documentos confidenciais da diplomacia americana a partir desta sexta-feira, 17.
—Minha sensação é a de que há um número de interesses diferentes, pessoais, nacionais e internacionais, que se alimentam com este processo, que se encorajam, analisou Assange.
A Polícia Federal da Austrália anunciou nesta sexta-feira, 17, que desistiu de investigar o WikiLeaks por considerar que o site não infringiu a legislação do país ao divulgar documentos secretos sobre a diplomacia norte-americana.
Segundo informações da agência France Presse, o anúncio foi feito dias depois das declarações da primeira-ministra Julia Gillard, que classificou as atividades do WikiLeaks como “completamente irresponsáveis e potencialmente ilegais”.
Com informações da AFP, Reuters, BBC, G1.