Arthur Poerner lança livro sobre o bairro do Leme


07/11/2009


O jornalista e escritor Arthur Poerner chega aos 70 anos em plena atividade, e promove nesta segunda-feira, 9 de novembro, às 19h, o lançamento do livro “Leme, viagem no tempo ao fundo da noite”, um retrato do bairro que escolheu para viver após retornar ao Brasil depois de 14 anos de exílio na Alemanha.

O evento será no restaurante La Fiorentina (Av. Atlântica, 458 — Leme), local de encontro de artistas e intelectuais do Rio de Janeiro, onde Poerner marca presença constantemente.

Editado pela Booklink, o livro é uma versão atualizada, ilustrada e ampliada da primeira edição publicada em 1998 pela editora Relume Dumará, parte integrante da coleção “Cantos do Rio”, em que autores destacados contaram a história de seus bairros. Além de Poerner, Carlos Heitor Cony escreveu sobre a Lagoa, Cícero Sandroni sobre o Cosme Velho, e Aldir Blanc falou sobre Vila Isabel.

Quem assina o texto da orelha é Cícero Sandroni — atual Presidente da Academia Brasileira de Letras (ABL) —, que conviveu com Poerner na redação do Correio da Manhã e morou no Leme por 12 anos. O prefácio é de autoria do Diretor de Cultura da Associação de Moradores do Morro da Babilônia, Álvaro Maciel, uma iniciativa que, segundo autor, evidencia o propósito do livro: “Unir morro e asfalto para dar um panorama completo do Leme, que, como legítimo bairro carioca, congrega, em um mesmo espaço, realidades sociais distintas”.

Sobre o autor

O mais jovem brasileiro (26 anos na época) a ter os direitos políticos cassados, Arthur Poerner se destacou na imprensa brasileira por sua atuação contra o regime militar, quando trabalhava no Correio da Manhã. Como aluno de Direito da Faculdade Nacional, participava ativamente do Centro Acadêmico Cândido de Oliveira (Caco) e fazia a ponte entre o jornal e os estudantes.

Na literatura, também resistia à ditadura, escrevendo livros de conteúdo político e de protesto. Em 1968, publicou pela Civilização Brasileira sua mais importante obra: “O poder jovem — História da participação política dos estudantes brasileiros”, proibido no início do ano seguinte em todo o território nacional.