Por Igor Waltz*
11/06/2013
O Centro Cultural São Paulo (CCSP) receberá, de 25 a 28 de junho, um ciclo de debates “Arte e Estado”, sobre a relação das artes visuais com o autoritarismo estatal. O evento, que tem como foco o período do regime militar brasileiro, pretende estimular a reflexão sobre a função das artes no âmbito político.
As mesas de discussões terão os temas “O artista e o Estado autoritário” (dia 25), “Produção artística e o Estado autoritário” (26), “Arte, Ditadura e Feminismo” (27) e “A arte contemporânea e o Estado autoritário” (28). Todos os debates acontecem às 19h.
Veja abaixo a programação completa.
O artista e o Estado Autoritário
Dia 25/6 – terça – 19h
Com Marcos Napolitano (pesquisador – USP) e Paulo Bruscky (artista multimídia) – mediação : Dária Jaremtchuk (pesquisadora – USP)
A atuação e a produção de diversos artistas durante o regime civil-militar brasileiro (1964-1985) continuam sendo explicadas por meio da polaridade resistência-cooptação, favorecendo uma análise superficial de uma complexa relação em que parte significativa da cultura de oposição foi apoiada pela política cultural do regime sem sucumbir à sua ideologia. Diante da necessidade de aprofundar essa discussão, a proposta aqui é refletir sobre a relação do artista com o estado autoritário.
Produção artística e o Estado Autoritário
Dia 26/6 – quarta – 19h
Com Coletivo de Arte ENTORNO (representado pelas artistas Janaína André e Marta Penner – Brasília), GOTO (artista, integrante dos Coletivo EPA e E/Ou) e María Inígo Clavo (artista, pesquisadora independente e curadora espanhola, especialista em arte brasileira, que participa, pela primeira vez, de um evento dessa natureza no Brasil)
A produção artística brasileira, durante o período ditatorial, foi marcada por trabalhos de caráter eminentemente experimental. Que aliavam questionamentos acerca de sistema, natureza e função da arte a outros em torno do contexto cultural, social e político brasileiro durante a ditadura militar brasileira. Esse processo culminou, entre outros, com o estreitamento das relações entre arte e política. As transformações instauradas pela arte experimental brasileira nas décadas de 1960/1970 serão tensionadas por uma vertente de coletivos artísticos que surgem após a abertura política, chegando a uma prática/produção na qual ativismo político/social e arte não se dissociam.
Arte, ditadura e feminismo
Dia 27/6 – quinta – 19h
com: Lina Arruda (USP) e Rosa Blanca (fotógrafa e professora da UFSC) – mediação: Ana Paula Simioni
Nessa mesa serão discutidas possíveis relações entre arte, ditadura e feminismo.
Arte contemporânea X Estado Autoritário
Dia 28/6 – sexta – 19h
Com Grupo de Arte Callejero (representado por Nadia Carolina Golder – Buenos Aires), Fulvia Molina (artista – SP) e Vivian Braga (pesquisadora – USP)
A proposta dessa mesa é pensar sobre uma vertente da arte contemporânea que tem nas memórias relacionadas às ditaduras latino-americanas o elemento central de sua poética. Qual seria o lugar ocupado por essas produções? Seriam elas ou não um processo de elaboração de um trauma coletivo? Seriam ou não uma “arte terapêutica”?
Serviço
Arte e Estado: possíveis relações entre o sistema das artes e as políticas culturais no período da ditadura civil-militar brasileira
Centro Cultural São Paulo – CCSP
Rua Vergueiro 1000, Paraíso, São Paulo – SP
Piso Caio Graco – Sala de Debates
Entrada franca – sem necessidade de retirada de ingressos.
*Com informações do CCSP e do site Catraca Livre.