26/10/2016
A Liga Antidifamação, organização não governamental judaica internacional de combate ao antissemitismo e à intolerância, com sede nos Estados Unidos, divulgou relatório destacando que apoiadores da campanha de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos têm publicado mensagens antissemitas contra repórteres judeus.
A Folha de S.Paulo publicou que, segundo o levantamento, entre agosto de 2015 e julho de 2016, foram descobertas 19.253 mensagens no Twitter com conteúdo antissemita voltadas para cerca de 800 jornalistas. Dez deles receberam 83% do total de tuítes.
Aproximadamente 1.600 usuários foram responsáveis pela maior parte dos tuítes, e 21% deles foram suspensos do microblog. Na maioria dos casos, os ataques aconteceram após a publicação de textos ou mensagens críticas a Trump. Apesar de se dizerem apoiadores, os usuários não têm nenhuma ligação direta com o candidato.
“Muitos dos agressores tornaram público seu papel como autoproclamados seguidores de Trump e sua lealdade à causa branca nacionalista”, diz o documento. As palavras que mais apareceram nas descrições de perfis dos agressores foram: Trump, conservador, branco, nacionalista e americano.
A organização conversou com alguns jornalistas que foram alvos dos ataques, como a repórter freelancer Bethany Mandel. Ela já havia recebido mensagens antissemitas em redes sociais antes, mas afirma que estas pareceram coordenadas e tiveram destaque pelo volume e pela agressividade das imagens.
“Um usuário escreveu sobre Mandel durante 19 horas seguidas, e ela recebeu mensagens contendo fotos de seu rosto sobreposto a imagens de campos de concentração nazista”, diz o relatório.
Nas redes sociais, a jornalista manifestou apoio ao candidato independente à presidência dos EUA Evan McMullin, que tem perfil conservador e atrai parte dos eleitores republicanos contrários à candidatura de Trump.