Aniversário de Vlado é comemorado em SP


28/05/2012


Os 75 anos de nascimento do jornalista Vladimir Herzog serão celebrados com uma série de eventos culturais gratuitos em São Paulo. A iniciativa é do Instituto Vladimir Herzog, com apoio do Ministério da Cultura. O objetivo é resgatar a memória de Vlado, torturado e assassinado em 1975 pela ditadura em São Paulo.
 
Entre as atividades, a exibição de documentários sobre a América Latina, concertos de música, exposição sobre a Anistia e debates de temas relacionados aos direitos humanos. 
 
-Além de ter nesses eventos uma forma de celebrar o que representa a vida de Vladimir Herzog no cenário político brasileiro, procuramos reunir atividades gratuitas e culturais que possam contribuir para a discussão sobre a memória. Este assunto é atual e necessário no momento em que defendemos a instauração de uma Comissão da Verdade no Brasil, afirma Ivo Herzog, filho de Vlado, e diretor executivo do Instituto.
 
A abertura da programação será no dia 31 de maio, às 19h, na Cinemateca Brasileira (Largo Senador Raul Cardoso, 207), com a mostra “Memória e Transformação: o documentário político na América Latina ontem e hoje”. Serão exibidos o único documentário dirigido por Vlado, o curta “Marimbas”(1963), e o filme “Tire diré”(1960), do cineasta argentino Fernado Birri, amigo de Vladimir Herzog.
 
 “Memória e Transformação: o documentário político na América Latina ontem e hoje” vai apresentar ao público um total de 49 documentários produzidos entre os anos 1950 até os dias de hoje, sobre a luta contra as ditaduras militares. As sessões serão realizadas na Cinemateca Brasileira, entre os dias 19 de junho e 8 de julho, e no CineSESC(Rua Augusta, 2075), de 29 de junho a 5 de julho.
 
Entre os destaques da programação, “O Edifício dos Chilenos”, de Macarena Aguiró(2010); “Vlado, 30 anos depois”, de João Batista de Andrade(2005); “Hércules 56”, de Silvio Da-Rin; “Utopia e Barbárie”, de Silvio Tendler.
 
O encerramento da mostra será aberto ao público no dia 8 de julho, das 18h às 21h, com a exibição do documentário “Nostalgia da Luz” (2010), de Patricio Guzmán, seguida de debate com o cineasta chileno, que vai ministrar uma oficina gratuita de cinema entre os dias 4 e 7 de julho, das 16h30 às 20h30, na Cinemateca Brasileira. As vagas são limitadas a 60 estudantes de cinema. As inscrições podem ser feitas pelo endereço www.vladimirherzog.org/mostra, onde está disponibilizado o regulamento para a seleção.
 
A Cinemateca Brasileira vai abrigar também, até o dia 8 de julho,
a Exposição de Cartazes sobre a Anistia, com 60 expressões artísticas sobre o tema.
 
No dia 28 de junho, às 20h, no Itaú Cultural (Av. Paulista, 149), será realizado o “Seminário Direito à Verdade e à Memória”, com as presenças da Ministra Maria do Rosário, da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República; de Amérigo Incalcaterra, representante regional do Alto Comissariado das Nações Unidas(ONU) para os Direitos Humanos para a América do Sul; e de Tito Milgram, curador do Museu Yad Vashem, em Jerusalém (Israel), com mediação de Sérgio Adorno, diretor do Núcleo de Estudos da Violência da USP.
 
A programação prossegue com a cantata “O Diário de Anne Frank”, de Leopoldo Gamberini e Otto Frank (pai de Anne Frank), sob a regência do maestro brasileiro Martinho Lutero Galati, entre os dias 29 de junho e 1º de julho, sexta-feira e sábado, às 21h, e domingo, às 19h, no Auditório do Parque Ibirapuera.
 
A cantata, que estará sendo executada pela primeira vez nas Américas, vai reunir integrantes do Coro Luther King, da Orquestra Sinfônica de Campinas, além do soprano Olga Sober (Saraievo), da cellista Yuriko Mikami (Japão), e da atriz e bailarina Clarisse Abujamra, coreografada por Décio Otero (Ballet Stagium).
 
O maestro Martinho Lutero Galati, mineiro de Alpercatas, após experiências na regência de concertos no Teatro Municipal de São Paulo e do Coro da Juventude Musical de São Paulo, fundou a Rede Cultural Luther King, onde dirigiu mais de 2000 concertos. Atualmente, Martinho Lutero Galati é professor do Instituto de Musicologia de Milão, na Itália, regente da Piccola Orchestra Sinfônica di Milano.
 
-Tive o imenso prazer de conhecer e aprender com Leopoldo Gamberini os detalhes para uma execução completa, adicionando expressões variadas à composição sinfônica, como dança, canto e recursos eletrônicos que deixam o cenário da segunda guerra mundial ainda mais realista, explicou o maestro.
 
Inédita nas Américas, a peça será executada pela primeira vez em todo o mundo em sua versão integral:
-Estamos muito contentes em trazer essa grande obra ao Brasil, principalmente porque fará parte da celebração dos 75 anos de nascimento de Vlado. A história de Anne Frank, símbolo de resistência à violência que transcende o nazismo, revela uma face da História que queremos resgatar em defesa dos direitos humanos em todas as sociedades, em todos os tempos, sublinha Ivo Herzog.
 
Mais informações pelo site www.vladimirherzog.org.
*Com Instituto Vladimir Herzog.