A Anistia Internacional (AI) divulgou um relatório no qual revela que a tortura, maus-tratos, seqüestros e assassinatos estão sendo impostos aos opositores do Governo sírio em “níveis sem precedentes”, assim como os “ataques sistemáticos” à população civil.
A organização de defesa dos direitos humanos está exigindo que as autoridades sírias parem de realizar prisões arbitrárias de pessoas que expressam pacificamente sua oposição ao governo, que ponha fim ao uso da tortura e de outros tipos de violência e que permita o acesso de observadores estrangeiros no país.
A organização também pede que o Conselho de Segurança da ONU conceda ao Tribunal Penal Internacional a missão de investigar o que considera crimes contra a humanidade, e que a comunidade internacional impeça a venda de armamento ao Governo de Damasco.
Intitulado “Eu queria morrer”, em referência a frase de um prisioneiro, o documento da Anistia Internacional apresenta o depoimento de dezenas de opositores sírios refugiados na Jordânia, que relatam cerca de 30 métodos de tortura utilizados pelas forças do Presidente da Síria, Bashar Al-Assad, que há um ano enfrenta uma guerra contra o seu regime autoritário. Os testemunhos foram coletados em meados de fevereiro último.
Os ex-detentos afirmaram que foram isolados em espaços pequenos durante dias ou trancados com cadáveres e presos doentes. Também há casos de vítimas que permaneceram penduradas em ganchos durante dias enquanto eram espancadas, submetidas a posições de estresse e tendo a pele arrancada com pinças. De acordo com o documento da Anistia, crianças estão entre as vítimas de tortura.
“Os testemunhos que ouvimos dão esclarecimentos perturbadores sobre um sistema de detenção e interrogatórios que, um ano após o início dos protestos, parece ser destinado principalmente a degradar, humilhar e aterrorizar as vítimas para que elas fiquem em silêncio”, disse Ann Harrison, do Programa de Oriente Médio e norte da África da Anistia Internacional.
*Com Terra, BBC, O Globo.