Por Kika Santos
19/08/2014
O Juiz do 3º Tribunal do Júri, Murilo Kieling, disse nesta terça-feira em sua sentença que os acusados pela morte do cinegrafista da TV Bandeirantes, Santiago Andrade, vão à júri popular. A decisão também mantém os réus, Caio Silva de Souza e Fábio Raposo, presos. De acordo com o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro a data do julgamento vai ser marcada depois de apreciados os recursos impetrados pela defesa dos rapazes, caso isso aconteça. A denúncia feita no dia 20 de fevereiro pelo Ministério Público Estadual contra os dois réu e aceita pelo Tribuna, sustenta que, tanto Caio Silva de Souza quanto Fábio Raposo, assumiram o risco de provocar a morte do cinegrafista ao manipular e acender o rojão durante um grave protesto no centro do Rio. A dupla vai responder por homicídio triplamente qualificado, ou seja, por motivo torpe, impossibilidade de defesa da vítima e uso de explosivo. Há três meses, na audiência de instrução do caso, Fábio e Caio preferiram se manter calados. Em abril a defesa chegou a pedir a revogação da prisão preventiva dos acusados, mas o juiz Murilo Kieling rejeitou o pedido. O Tribunal de Justiça do Rio já havia negado dois habeas corpus aos réus. O advogado Antônio Pedro Melchior, que defende Caio, deve entrar com recurso na Justiça contra a decisão de levar seu cliente a júri popular. Já o advogado Wallace Martins, que defende Fábio, ainda não sabe se vai recorrer da decisão. A medida também mantém os jovens presos no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, na zona oeste da cidade. Santiago Andrade foi atingido pelo explosivo enquanto registrava cenas de uma violenta manifestação no Centro, em 6 de fevereiro. Hospitalizado em estado grave, o cinegrafista, que sofreu fratura do crânio e laceração encefálica, morreu quatro dias depois. Fábio Raposo foi preso em 9 de fevereiro, no Recreio dos Bandeirantes, e Caio de Souza, encontrado três dias depois numa pousada em Feira de Santana, na Bahia.