Academia Carioca de Letras elege o cineasta Silvio Tendler

Cineasta Silvio Tendler é eleito para a Academia Carioca de Letras

O cineasta e conselheiro da ABI Sílvio Tendler foi eleito, ontem, à noite, para a Academia Carioca de Letras (ACL) com 30 dos 40 votos dos acadêmicos. Sua cadeira será a 28, anteriormente ocupada por Marina Vinnelli. O jornalista Claudio Magnavita, o outro concorrente, retirou sua candidatura na véspera. O compositor Martinho da Vil, a jornalista Ana Arruda Callado e os imortais Domício Proença Filho e Antonio Carlos Sechin serão companheiros de Sílvio, entre outros.

Silvio possui as três maiores bilheterias do documentário brasileiro – “Os anos JK – Uma trajetória política”, “O Mundo Mágico dos Trapalhões” e “Jango” – , além de 60 prêmios, entre eles seis Margaridas de Prata – C.N.B.B e o Prêmio Salvador Allende no Festival de Trieste, Itália, pelo conjunto da obra. Seu acervo particular de imagens, com mais de 80.000 (oitenta mil) títulos sobre a História do Brasil e do mundo dos últimos 60 anos, é, possivelmente, o maior do gênero existente no Brasil.

ACL

A Academia Carioca de Letras foi criada em 8 de abril de 1926 como associação de cultura literária do Estado do Rio de Janeiro e está sediada no Rio, no Centro. Participam da academia o cantor Martinho da Vila, o pesquisador musical Ricardo Cravo Albin, o professor Ivan Proença (conselheiro da ABI), o ex-ministro da Justiça Bernardo Cabral, D. Orani Tempesta, a jornalista Ana Arruda Callado, os imortais (ABL) Domício Proença Filho e Antonio Carlos Sechin, o professor da UFRJ Eduardo Coutinho e a filósofa Tânia Zagury, entre outros. O presidente da ACL é Claudio Leal.  A posse de Sílvio será em março de 2022.

Sílvio Tendler  recebeu a seguinte mensagem do presidente da União Brasileira de Escritores do Rio de Janeiro UBERJ), Euridice Hespanhol:

“O premiado  cineasta brasileiro, pesquisador,  roteirista e  muito querido intelectual Sílvio Tendler, um dos homenageados pela União Brasileira de Escritores do Rio de Janeiro com o Prêmio Democratização da Cultura Stella Leonardos 2021, acaba de ser eleito para a Academia Carioca de Letras.

Este marca nossas lutas pelo caminho da valorização de grandes e verdadeiros artistas. Pela ética e por uma real intenção de promover Cultura. Não à autopromoção, sim à leveza de trilhar o caminho da arte. Parabéns  Silvio!

Euridice Hespanhol,  Presidente da União Brasileira de Escritores do Rio de Janeiro UBERJ), Diretoria Todos juntos.”

Carreira

A carreira do cineasta Silvio Tendler teve início, em meados da década de 1960 por meio do Movimento Cineclubista, que ajudou a formar uma geração de cineastas brasileiros já que não existiam escolas de cinema no Rio de Janeiro que ele implantou na PUC-Rio de onde é professor. Ele viajou para o Chile e França, onde estudou com os maiores cineastas da época e se formou. Ele retornou ao Brasil, em 1976, quando rodou, “Os Anos JK – Uma Trajetória Política”. Este filme e “Jango” apesar de falarem sobre o golpe militar de 1964 e a democracia, foram lançados em plena ditadura militar, em 1984 e 1980. Ele fez também a biografia de Marighella, tendo dezenas de prêmios nacionais e internacionais.

Silvio foi Secretário de Cultura e Esporte do Distrito Federal e grande parte de sua obra pode ser conferida gratuitamente em seu próprio canal no Youtube, Caliban Cinema e Conteúdo. Seu último filme, realizado este ano, A bolsa ou a Vida denuncia que dos 206 bilionários brasileiros, 48 são do setor financeiro e não produzem nada além de papéis. E a previsão é de mais de um milhão e duzentos mil miseráveis este ano, mostrando a brutalidade dos nossos tempos, visível nas ruas, onde famílias que antes tinham casa tentam sobreviver.

Postagens Relacionadas:

Morre no Rio a jornalista Jane Paiva Conselheiro pede exumação de João Goulart e Lacerda Deputado federal Bolsonaro (PP-RJ) pergunta se jornalista “merece ser estuprada” TJ-RJ condena SBT a
indenizar desembargador Agenda cultural em tempos de quarentena