09/03/2009
A Associação Brasileira de Imprensa foi escolhida para sediar, nesta quinta-feira, dia 12 de março, o ato de fundação do Instituto Henfil. A solenidade será às 19h, no Auditório Oscar Guanabarino, localizado no 9º andar da sede da ABI, na Rua Araújo Porto Alegre, nº 71, no Centro do Rio.
De acordo com Ivan Cosenza de Souza, filho do cartunista, o Instituto Henfil está sendo criado com a finalidade de preservar a obra e a memória do artista, que se estivesse vivo estaria completando 65 anos de idade. Henfil era hemofílico, nasceu em 5 de fevereiro de 1944 e morreu infectado com o vírus da Aids em 4 de janeiro de 1988, aos 44 anos.
A escolha da ABI para sediar o ato de fundação do instituto não foi por acaso. Henfil sempre teve uma ligação muito forte com o jornalismo, inclusive em todos os registros em carteira constam a profissão de jornalista:
— Quando meu pai estava no mercado, a profissão de cartunista não tinha qualquer regulamentação, então ele era registrado como jornalista É por isso que a ABI tem muito a ver com ele. Ele escreveu crônicas e se envolveu em muitas questões ligadas à política. Através da charge, participou de todos os movimentos importantes que aconteceram no País, entre as décadas de 70 e 80.
A meta do Instituto Henfil é atuar promovendo eventos culturais, além de apoiar e organizar projetos sociais, educacionais, ecológicos e de saúde, envolvendo assuntos como doação de sangue, hemofilia e Aids:
— Este é um projeto que tento realizar há muito tempo, e que finalmente se torna realidade. Como único filho do Henfil, venho batalhando para manter viva a memória do meu pai, apresentando sua obra às novas gerações e participando, através de seus desenhos, de campanhas, e atividades sociais — afirma Ivan Cosenza. — Com o Instituto Henfil espero poder cada vez mais contribuir, utilizando sua obra e sua imagem da maneira que ele sempre usou, além de poder preservar o seu trabalho do modo que ele merece.
O Conselho do Instituto Henfil será formado por alguns amigos de Henfil, entre eles Ziraldo, Zuenir Ventura, Sérgio Cabral, Eduardo Suplicy, Paulo Betti, Maurício Azêdo, Aldir Blanc, Wagner Tiso, João Bosco, Tárik de Souza, Chico Caruso, Joffre Rodrigues, Márcio Braga, Artur Xexeo e Ricardo Gontijo.
Aldir Blanc, que conviveu com Henfil desde os tempos do Pasquim, fala da sua maneira peculiar de fazer humor:
— Henfil pregava que o “humor é pé na cara”. Não respeitava nada, como tem que ser. Previu o estrago e a ameaça do totalitarismo politicamente correto, muitos anos antes dessa hipocrisia entrar em vigor, afirma o compositor.
O Instituto Henfil ainda não tem sede própria; esta será providenciada após a sua fundação. A previsão é de que o primeiro projeto desenvolvido pela entidade seja a catalogação da obra do cartunista, que ficará disponível para consulta do público.
Além do ato de fundação do Instituto Henfil, haverá uma homenagem especial ao desenhista, com uma exposição de alguns dos seus principais trabalhos, além da exibição de um vídeo.
Para mais informações e quem tiver o interesse em colaborar com o Instituto, basta enviar um e-mail para institutohenfil@gmail.com.