29/09/2008
O Presidente da Associação Brasileira de Imprensa, Maurício Azêdo, considerou uma afronta à liberdade de informação a ação executada no último domingo, 28, para impedir a circulação do jornal Extra na Baixada Fluminense. Maurício condenou o fato de grupos ainda usarem o poderio econômico para privar eleitores de informações.
Segundo a Direção do jornal, um grupo armado comprou 30 mil exemplares do Extra no Centro de Distribuição de Belford Roxo, durante a madrugada, e ainda teria verificado se havia jornais disponíveis nas bancas. A edição de domingo trazia uma reportagem sobre deputados — alguns da Baixada — que não comparecem às sessões na Assembléia Legislativa para fazer campanha em seus municípios e ainda pedem abono das faltas.
A edição desta segunda-feira, 29 — que publicou novamente a reportagem “Deputados em campanha mentem para garantir salário de R$ 13 mil” — circulou com escolta da Polícia Militar, para garantir que os exemplares chegassem às bancas da Baixada Fluminense.
A empresa que edita o jornal, Infoglobo, denunciou o fato ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE), que, em nota, afirmou que a ação “parece, claramente, um golpe eleitoral para impedir que informações chegassem aos eleitores”.
De acordo com o Ministério Público Eleitoral, que investiga o caso, se for comprovada a participação de algum político, ele poderá ter a candidatura impugnada ou até o mandato cassado.