30/08/2021
Por Rogério Marques, conselheiro daABI
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Fotos Rogério Marques
Foto 1: Beluce Bellucci e Eliete Ferrer fazem a leitura da Carta Aberta da Geração 68, entregue nesta segunda-feira à ABI, OAB e CNBB
Foto 2: O encontro dos representantes da Geração 68 na Associação Brasileira de Imprensa, para entrega da Carta Aberta em defesa da vida e da democracia
Foto 3: Edval Nunes da Silva, o Cajá, sequestrado pela ditadura militar em 1978: “Bolsonaro luta pela destruição total do país”
A Associação Brasileira de Imprensa recebeu nesta segunda-feira (30) representantes do movimento “Geração 68 Sempre na Luta”, que fez a entrega simbólica de uma carta aberta pela vida e pela democracia.
O documento, que foi escrito há quatro meses e já foi assinado por cerca de três mil pessoas, se posiciona “contra o genocídio em curso, pela interdição do governo do presidente que intencionalmente tem induzido a morte de milhares de brasileiros, pelo direito do povo de viver e de ter esperança”.
Além da ABI, a carta aberta foi entregue no mesmo dia à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). As três entidades foram escolhidas pelo seu histórico de resistência e lutas contra a ditadura militar de 1964.
Estiveram presentes à ABI cerca de 20 integrantes do grupo, entre eles o ex-presidente da Une Jean Marc von der Weid, o ex-jogador de futebol Afonsinho, o sociólogo pernambucano Edival Nunes da Silva, o Cajá, a cineasta Lúcia Murat, os deputados Paulo Ramos (PDT-RJ) e Carlos Minc (PSB-RJ).
O grupo foi recebido pelo vice-presidente da ABI Cid Benjamin e pelos diretores da entidade Vera Perfeito, Antero Luiz e Marcus Miranda. Em sua saudação, Cid Benjamin disse que desde que foi criada, há 113 anos, a ABI está nessa luta do movimento Geração 68.
“Nós nos orgulhamos em dizer que há 113 anos a ABI está do lado certo da história”, disse o vice-presidente. E lembrou que ele próprio é um dos integrantes dessa geração.
Ao fim do ato os militantes políticos Eliete Ferrer e Beluce Bellucci leram a Carta Aberta do movimento:
Carta Aberta da Geração 68
Às brasileiras e aos brasileiros, aos movimentos sociais, partidos, sindicatos, centrais, ONG’s, organizações da sociedade civil, redes e a todas(os) que estejam dispostas(os) a lutar pelo Direito à Vida e pela Democracia.
Somos parte da Geração 68, uma das gerações que ao longo do tempo participaram de inúmeras passeatas e lutaram contra a Ditadura Militar e por um Brasil mais justo e igualitário.
Nesse momento, no ano de 2021, estamos agregando forças para lutar pelo Direito à Vida, contra o genocídio em curso, pela interdição do governo do presidente que intencionalmente tem induzido a morte de milhares de brasileiros, pelo direito do povo de viver e de ter esperança.
Nosso país já tem mais de 400 mil mortos em fins de abril. Em maio poderá chegar a meio milhão de óbitos [e são quase 580 mil mortos na última semana de agosto]. Conjugada à pandemia, pela inépcia governamental, se abateu sobre os segmentos mais fragilizados a miséria e a fome. Quantos ainda terão de morrer pelo negacionismo do governo federal?
Assinar esta carta não representa apenas um desejo de viver, mas de lutar para proteger as pessoas que amamos, a economia local e nacional, um futuro melhor sem o risco mortal de uma doença que assola todo o planeta.
Todos sabemos que o epicentro da pandemia, o maior aliado da propagação do vírus, é o atual presidente da república e seu governo, sendo o único dirigente do mundo a sabotar a política de vacinação, deixando de adquirir vacinas quando elas estavam disponíveis. Tornou o Brasil em berçário de variantes do coronavírus e uma ameaça não apenas para a nossa população como para o mundo inteiro.
Assinar esta carta representa igualmente lutar pela democracia que tem sido cotidianamente ameaçada pelo atual governo desde que tomou posse. Significa, ainda, lutar contra a violência que está presente no país aniquilando jovens pobres, pretos e os povos originários
Deste modo, participamos e convidamos todos os movimentos organizados e a população em geral a se unirem nesta luta, pela vida e pela democracia, que é de todo o povo.
Iremos, em princípio, realizar uma manifestação pública – com toda a segurança sanitária necessária frente à pandemia – em diversas cidades do país no dia 26 de junho. Nesta data serão comemorados os 53 anos da gigantesca passeata dos 100 mil no Rio de Janeiro. Se, então, gritávamos ‘Abaixo a Ditadura!’, hoje gritaremos em alto e bom som que ‘Ditadura Nunca Mais!’
[os atos marcados para 26 de junho aconteceram em diversos estados, com destaque para o de São Paulo, do qual participaram cerca de mil pessoas. O Movimento Geração 68 Sempre na Luta tem atualmente representação em 16 dos 27 estados da Federação e esteve também presente em todas as manifestações organizadas desde 19 de maio pelo Movimento Fora Bolsonaro].
Estamos dispostos a participar de qualquer outra manifestação, em qualquer outra data, que tenha os mesmos objetivos que expusemos acima.
Esperamos encontrá-la(o) na manifestação, ou através das redes sociais, unindo forças pelo direito à vida e democracia.
POR UM AUXÍLIO EMERGENCIAL DE R$ 600
PELA DEMOCRACIA SEMPRE! DITADURA NUNCA MAIS! BASTA DE GENOCÍDIO! FORA BOLSONARO!