ABI lança Volume 2 da Edição Especial do Centenário


19/02/2009


A Associação Brasileira de Imprensa lançou na noite desta quarta-feira, dia 18, na Livraria da Travessa do Shopping do Leblon, o Volume 2 da Edição Especial do Centenário do Jornal da ABI, com reportagens especiais sobre grandes nomes da imprensa nacional e os episódios que marcaram a trajetória da entidade, além de depoimentos de jornalistas, escritores e artistas sobre os laços afetivos e histórias de convivência com a ABI.

Prestigiaram o concorrido lançamento os Senadores Saturnino Braga e Bernardo Cabral, os jornalistas Hélio Fernandes, Teixeira Heizer, Vitor Iorio; Diretores e Conselheiros da ABI, como Estanislau Alves de Oliveira, Paulo Jerônimo (Pagê), Milton Coelho da Graça, Benício Medeiros, Mario Jakobskind, Toni Marins, Ilma Martins da Silva, entre outros.

O Senador Saturnino Braga destacou o papel relevante da ABI na história do País:
—A Associação é um símbolo de luta pela liberdade de imprensa, de opinião e da liberdade civil de um modo geral. Esteve sempre à frente de todos os movimentos libertários e democráticos da política brasileira. Pela Casa passaram pessoas de grande destaque na literatura e no jornalismo brasileiro. A publicação que está sendo lançada hoje é um ponto de confluência importante, especialmente para os jovens que desconhecem o papel da ABI e o processo histórico que atravessa desde a sua fundação.

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 Saturnino Braga e Bernardo Cabral

O Senador Bernardo Cabral, sócio da ABI, destacou o momento que marcou a sua longa parceria com a entidade:
— Quando ocorreu o episódio da bomba no Riocentro, na década de 80, eu presidia a Ordem dos Advogados do Brasil, e o Barbosa Lima Sobrinho estava à frente da ABI. Redigimos uma nota de protesto contra o governo militar. Assim começou a minha história com a Casa. Sob o comando de Maurício Azêdo, o Volume 2 da Edição Especial do Centenário do Jornal da ABI tem uma entrevista marcada com a posteridade. Precisamos resgatar a luta da Associação, especialmente nos momentos em que a ditadura tomou conta do País. Tanto na era Vargas, quanto a partir de 1964.

A postura da ABI durante o período da ditadura também foi lembrada pelo jornalista e Conselheiro da Casa, Mario Jakobskind:
—A Associação teve uma participação intensa contra a repressão. Barbosa Lima Sobrinho, nosso decano, participou de campanhas memoráveis e cumpriu uma missão histórica. Um evento como o desta noite faz parte da luta de todos os jornalistas e do povo brasileiro.

Elogio

                               Hélio Fernandes e Maurício

Símbolo do combate à censura no País e grande defensor dos interesses nacionais, Hélio Fernandes, o jornalista mais antigo em atividade no Brasil, elogiou a iniciativa da ABI em lançar o Volume 2 da Edição Especial do Centenário do Jornal da ABI:
— Esta publicação complementa a primeira e representa um importante marco para a liberdade de imprensa no País, assinalando um caminho de luta pelo Brasil livre para os próximos 100 anos da Associação.

O jornalista e escritor Arthur Poerner também enalteceu a edição, a qual considera importante documento para o jornalismo brasileiro:
— Os depoimentos de importantes personagens e empreendedores da nossa imprensa permitem traçar um panorama de sua história, com todos seus erros e acertos.

Teixeira Heizer, que atuou durante duas décadas no Estado de S.Paulo, comentou a reportagem publicada no Volume 2 da Edição Especial do Centenário do Jornal da ABI dedicada à trajetória da família Mesquita:
— Tenho muito respeito por eles, sobretudo do ponto de vista político, mas entendo que poderiam ter feito mais pelo Brasil, dado a relevância que tinham no cenário nacional. Alguns períodos do Estadão mereceram aplausos, principalmente durante a ditadura militar, quando eles se posicionaram de maneira corajosa e até mesmo com certo atrevimento.

 Maurício Azêdo e Teixeira Heizer

Para Teixeira Heizer, o lançamento da publicação marca uma fase de renovação da ABI.
— A Associação estava muito perdida, principalmente no tocante à organização e às questões financeiras. Hoje, ela se recupera e aparece outra vez no noticiário. Um momento de grandeza e recuperação na gestão de Maurício Azêdo, um eminente político.

O pesquisador e crítico de cinema Djean Magno Pellegrin, assinou a matéria “Meus jovens, eu estava aqui”, publicada no Volume 2 da Edição Especial do Centenário do Jornal da ABI, na qual resgata as atividades do cineclube na ABI. Ele assinalou a parceria da Associação com o cinema nacional:
— Comecei a freqüentar as sessões de cinema da Associação em 1948, no Auditório Oscar Guanabarino, promovidas por Moniz Vianna, que nos deixou recentemente. Em 1954, organizei as primeiras sessões de cinema na ABI, que originaram o projeto do cineclube do MAM. Maurício Azêdo aceitou a minha sugestão de colocar placas com nomes de cineastas brasileiros na parte de traz das poltronas do Auditório Oscar Guanabarino, pois foi lá a incubadora do que de melhor produzimos: o Cinema Novo.


Coragem

    Alessandro Molon e Maurício Azêdo

O Presidente Maurício Azêdo agradeceu a todos os presentes e ressaltou a relevância da trajetória da instituição em favor dos profissionais de imprensa e do livre exercício da atividade no País:
—A ABI terá importância crescente porque a imprensa e a Comunicação em geral dependem da liberdade, reconhecida pela Constituição, mas com freqüência desrespeitada em diferentes pontos do País, principalmente fora das áreas onde se concentra a produção de noticiário como Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília. No interior dos estados o exercício da profissão de jornalista é um exercício permanente de coragem. Segundo um predicamento de um dos nossos mais eminentes presidentes, Prudente de Moraes Neto, a liberdade de imprensa assenta no direito de informar, no direito de ser informado, no direito do acesso às fontes de informação, no direito de opinião, de divergir, contestar, protestar e não se submeter às imposições do poder de qualquer natureza. Esta é a grande realização da ABI e nós nos orgulhamos que a bandeira da liberdade de imprensa e dos direitos humanos tenha sido defendida e erguida com coragem, mesmo nos momentos mais difíceis, como aqueles que levaram a direita terrorista a explodir uma bomba na nossa sede, em 19 de agosto de 1976. Prudente dizia em relação aos jornalistas que a liberdade é o ar que respiramos. Sem ela o jornalista não consegue cumprir o seu papel social que é informar o conjunto da sociedade. 

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