10/02/2010
A Associação Brasileira de Imprensa lamenta a morte do jornalista Antonio Castigliola, ocorrida nesta terça-feira, 9 de fevereiro, diagnosticada por falência múltipla dos órgãos. Castigliola foi repórter da sucursal do Rio de Janeiro da Folha de S.Paulo e do Jornal do Commercio, onde produziu uma matéria instigante sobre a implantação do Projeto Rio, idealizado e gerenciado pelo então Ministro do Interior, Mário Andreazza, que gerou o hoje chamado Complexo da Maré, uma das maiores comunidades de baixa renda da cidade.
Após deixar o Jornal do Commercio, Antonio Castigliola criou o jornal Folha da Praia — que tinha o formato de uma folha de jornal impressa nos dois lados —, cuja proposta editorial era abordar questões palpitantes de interesse da população da Zona Sul carioca, onde veículo circulava.
Antonio Castigliola manteve a Folha da Praia com dificuldades por vários anos, até ser obrigado a interromper a sua circulação. Nos últimos tempos, imaginava mudar-se para a Itália, onde supunha conseguir a co-cidadania italiana, por causa da origem da sua mãe.
Nos últimos anos, o jornalista viveu uma forte depressão causada pela morte da mãe, com quem ele vivia. Atormentado pela perda, deixou de se alimentar regularmente e teve debilitamento geral do organismo, o qual culminou com um processo de desidratação.
Castigliola vinha sendo socorrido por uma amiga, que conseguia fazer com que ele ingerisse alguma alimentação. Ela o visitava sempre e procurou preservar a sigilo sobre a sua identidade. Essa pessoa interrompeu as visitas no último fim de semana e voltou a encontrá-lo na casa dele nesta terça-feira, dia 9 de fevereiro, quando verificou que o jornalista estava com a saúde mais frágil com o agravamento do seu estado de desidratação.
Devido à gravidade do seu quadro, por intermédio da amiga Antonio Castigliola foi internado no Hospital Miguel Couto, onde faleceu. Ele foi sepultado nesta quarta-feira, 10 de fevereiro, no cemitério São Francisco de Paula, no Catumbi.
Perfil
Antonio Castigliola era um repórter muito combativo que se afastou da imprensa tradicional, por sua ânsia de praticar um jornalismo independente sem submissão a qualquer interesse político ou comercial. Era sócio da ABI há 35 anos, onde ingressou em 7 de outubro de 1975, por meio de proposta do jornalista Armando Ferreira Peixoto, então 1º Tesoureiro da Casa.