ABI exalta o Prêmio ANJ recebido pela Gazeta do Povo


29/09/2016


Foto: Divulgação

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A Associação Brasileira de Imprensa parabeniza os jornalistas da Gazeta do Povo pelo Prêmio ANJ de Liberdade de Imprensa. O jornal paranaense publicou em fevereiro uma série de reportagens que expuseram os “supersalários” de membros do Judiciário e do Ministério Público do Paraná. Segundo a Gazeta, que teve como base dados públicos do Portal da Transparência, os magistrados receberam R$ 527 mil e R$ 507 mil, quando o teto é de R$ 411 mil.

Por conta disso, os jornalistas foram alvos de dezenas de ações de juízes e de dois promotores. Os profissionais tiveram que viajar milhares de quilômetros para comparecer a audiências, até que as ações fossem suspensas pela ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal.

Na época, a ABI criticou duramente a decisão dos juízes através de nota oficial:

 

 NOTA OFICIAL

A Associação Brasileira de Imprensa solidariza-se com o jornal Gazeta do Povo diante do inaceitável constrangimento a que está sendo submetido diante dos trinta e seis processos instaurados, em diferentes cidades, por juízes e promotores do Estado do Paraná. A ABI entende que esse movimento coordenado não se destina a qualquer tipo de reparação por danos morais em decorrência de reportagem que denunciou o recebimento de salários acima dos limites fixados pela legislação em vigor. O modus operandi utilizado pelos autores revela justamente o que se pretende ocultar: intimidar jornalistas e cercear a liberdade de imprensa, um dos pilares do Estado Democrático.

O que mais surpreende, nesse episódio, é que a iniciativa tenha partido de parcelas de segmentos do serviço público que têm o dever constitucional de zelar pela boa prática do Direito. A pulverização das demandas, em diversas comarcas, expõe o caráter de retaliação de membros do judiciário ao obrigarem o jornal e seus profissionais a verdadeiras gincanas para cumprirem a lei, compromisso abdicado pelos autores das ações ao contestarem a veiculação de informação de interesse público.

A ABI manifesta profunda preocupação com o lamentável comportamento de destacados funcionários públicos ao se moveram apenas na defesa de privilégios, em flagrante desrespeito a princípios consagrados pela Carta de 1988.

Domingos Meirelles

Presidente da ABI

 

De acordo com O Estado de S.Paulo, a premiação foi destinada aos jornalistas Chico Marés, Euclides Lucas Garcia, Rogério Galindo, Evandro Balmant, Guilherme Storck e ao veículo. A entidade agraciou os profissionais por questionar o Judiciário.

“O prêmio é para prestigiar, em primeiro lugar, o bom jornalismo. Depois, a questão que se colocou para a diretoria da ANJ é que os magistrados paranaenses não buscaram justiça, mas apenas constranger o livre exercício do jornalismo”, destacou Ricardo Pedreira, presidente da Associação.