ABI convoca AGO para
eleger 1/3 do Conselho


29/10/2020


Eleição de dezembro, para 1/3 do Conselho Deliberativo, será por meio digital

Pela primeira vez, em seus 112 anos de existência, a Associação Brasileira de Imprensa – ABI vai realizar, nos próximos dias 17 e 18 de dezembro, uma eleição totalmente por meio eletrônico. A Assembleia Geral Ordinária marcada para as 10 horas do dia 17/12 vai utilizar a plataforma de teleconferências ZOOM. A votação do dia seguinte, 18/12, que irá das 10hs às 20hs, vai usar o mesmo software de voto eletrônico das três eleições passadas.

Em razão da pandemia do coronavírus, nesta eleição não acontecerão os tradicionais encontros dos associados, no foyer do 9º andar. Por determinação da Assembleia Geral Extraordinária, realizada no dia 08/10 passado, não haverá nem votação e tampouco apuração presenciais.

A AGE, realizada na primeira semana de outubro, foi uma espécie de teste para o processo eleitoral de dezembro vindouro. Perto de 50 sócios estiveram na sala contratada para a assembleia geral também na plataforma ZOOM. Deu tudo certo. Na opinião do presidente da AGE, jornalista Vitor Iório,  foi “uma das mais propositivas reuniões realizadas na ABI, nas últimas décadas”.

Providências idênticas às que foram tomadas em outubro se repetirão em dezembro. Um detalhado passo-a-passo para facilitar o acesso na sala do ZOOM será encaminhado para o e-mail ou telefone celular (WhatsApp) dos associados em dia com as mensalidades. Um outro passo-a-passo irá ensinar os procedimentos do voto eletrônico.

Como se sabe, a apuração de votação feita através da Internet costuma ser muito rápida. Mesmo assim, os sócios, candidatos e representantes de chapas que quiserem acompanhar a proclamação do resultado e dos nomes dos novos conselheiros eleitos também vão poder fazer isso através de uma teleconferência.

Como se sabe, a crise sanitária que assola o País tem provocado inúmeros transtornos. A ABI não ficou imune. A eleição do terço do Conselho que deveria ter sido realizada em abril passado não se realizou. Naquele mês, foi decretado isolamento social na cidade do Rio de Janeiro.

Isso fez com que a Associação prorrogasse os mandatos dos conselheiros que venceram em abril e encurtasse em oito meses os mandatos daqueles que serão eleitos agora em dezembro. Todas essas alterações foram discutidas e aprovadas pela AGE deste mês de  outubro.

O edital de convocação da assembleia de dezembro poderá ser consultado logo abaixo deste texto.

Para esclarecer as principais dúvidas com relação às mudanças no processo eleitoral totalmente digitalizado, o presidente do Conselho Deliberativo da instituição, Fichel Davit Chargel, concedeu ao site da ABI a entrevista que segue abaixo:

 “Em tempos de pandemia, a ABI teve que se modernizar”

Sócio da entidade desde os anos 60, Fichel,Davit Chargel já ocupou todos os cargos na hierarquia da ABI. Em 2013, presidiu a Associação. Atualmente, desde julho passado preside o Conselho Deliberativo. Nesse período, já participou da elaboração de pelo menos três reformas dos estatutos da Casa. É um dos maiores conhecedores dos regimentos da ABI.

Para ajudar os associados e os pretensos candidatos do pleito de dezembro a entenderem as mudanças, Chargel esclarece as dúvidas mais frequentes sobre essas eleições totalmente feitas através do computador ou do telefone celular.

ABI: Este ano não teremos aqueles encontros de companheiros no 9º andar. Isso não esvazia a entidade?

Chargel: A saúde das pessoas está acima de tudo. Não podemos desafiar a pandemia por conta de uma eleição. O Conselho Deliberativo e a Comissão Eleitoral jamais renunciaram à segurança de nossos sócios e funcionários. A Assembleia Geral de outubro agora ratificou tal prevenção. Não faltarão oportunidades para nos encontrarmos depois que essa crise sanitária passar.

ABI: Eleição por computador não é muito complicada para um quadro de associados que em sua maioria tem mais de 60 anos?

Chargel: Sim é complicada. Por recomendação do Conselho Deliberativo, a Comissão Eleitoral preparou um passo-a-passo para ensinar as pessoas a entrarem na sala do ZOOM. Na Assembleia de outubro, também feita por meios digitais, tudo funcionou perfeitamente. A pandemia está obrigando a ABI e a todos nós a nos modernizarmos. Não há outra saída.

ABI: Os pleitos na ABI costumam ser judicializados. O Sr. não teme que essas mudanças acabem motivando processos na Justiça?

Chargel: Esse risco sempre existirá com eleição digital ou não. Na AGE de outubro tal hipótese foi analisada exaustivamente. Dela também participaram juristas e desembargadores associados da ABI. Todos entenderam que tínhamos que fazer o pleito com a máxima segurança possível para os candidatos e eleitores. Respeitamos todas as orientações das autoridades municipal, estadual e federal. Reclamar disso na Justiça é perder tempo e dinheiro.

ABI: Por que não esperar a pandemia ir embora ou as vacinas chegarem para depois fazer a eleição desse terço?

Chargel: Se não fizermos a eleição deste terço ainda neste ano, a ABI entrará num processo de desorganização institucional. Em abril do ano que vem, ou seja daqui a seis meses, teremos que eleger outro terço do Conselho. Iríamos encavalar uma eleição na outra. Seria uma grande confusão.

ABI:  Para evitar o que o Sr. chama de “confusão” também foi necessário prorrogar e encurtar mandatos de conselheiros?

Chargel: Exatamente. Este ajuste agora é necessário para evitar, no futuro, mais problemas. Estatutariamente o Conselho Deliberativo terá que funcionar com 45 membros efetivos e 45 suplentes. Noventa ao todo. A cada ano se renova um terço deles. Se não fosse feito nada neste ano, o CD em 2021 e 2022 iria ter que funcionar com 120 membros. A redução dos mandatos dos que serão eleitos em dezembro é justamente para corrigir as disfunções impostas pela pandemia.

ABI: Na eleição de 2019, três chapas concorreram aos conselhos e à direção da Casa. Qual é a sua expectativa para o pleito deste ano?

Chargel: Quanto mais chapas participarem melhor para o fortalecimento da nossa ABI. Desde que a atual direção tomou posse, a ABI vem recuperando seu protagonismo na vida política e institucional do País. Espero que os sócios entendam a importância disso e venham nos ajudar a conduzir uma das mais antigas entidades da sociedade civil organizada brasileira. São 112 anos lutando pela Liberdade de Imprensa e pela Democracia.

ABI: Por que não houve anistia de mensalidades para os sócios poderem votar no pleito de dezembro vindouro?

Chargel: Não é segredo para ninguém as dificuldades financeiras da Associação. Estamos como uma campanha para arrecadação de fundos nas ruas. Não seria coerente e tampouco responsável dar anistia nestas condições. O estatuto e o Regimento Eleitoral são muito claros neste aspecto. Só poderão exercer o direito de voto aqueles que estiverem em dia com a associação.

ABI: As dificuldades financeiras são o motivo para que os inadimplentes tenham que acertar as suas contas uma semana antes da votação? Antes podiam pagar minutos antes de votar.

Chargel: Não. O que determinou que os pagamentos sejam realizados junto ao banco até o dia 11/12 foi a digitalização do processo eleitoral. O banco e a tesouraria da ABI precisam de um certo tempo para processar o recebimento e preparar a relação dos associados aptos para votarem.

ABI: O Sr. está confiante com essas novidades?

Chargel: Minhas expectativas são de que iremos realizar uma eleição em grande estilo. Com total segurança e transparência. Exatamente, como fizemos na Assembleia Geral de outubro. A centenária ABI está se modernizando.

Veja o edital