O atual vice-diretor do Instituto de Artes e Comunicação Social da Universidade Federal Fluminense (UFF), João Batista de Abreu, 56 anos, mantém vivo seu espírito crítico em relação a diversos assuntos que cercam a profissão e a formação dos jornalistas atualmente.
Em 1975, graduou-se em Jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Formou-se em Ciências Sociais pela mesma instituição (1982) e possui mestrado e doutorado em Comunicação pela Universidade Federal do Rio Janeiro (UFRJ). Ele também concluiu curso de especialização em rádio pelo Centro Internacional de Estudos Superiores em Rádio da América Latina (Ciespal) e pela Netherland Trade Center, emissora de rádio oficial da Holanda.
Nesta entrevista ao ABI Online, João Batista fala da sua trajetória nas redações e na universidade, além de discutir abertamente sobre questões importantes sobre o jornalismo e a comunicação como um todo.
ABI — Como começou sua carreira no jornalismo?
João Batista de Abreu — Acho que a minha trajetória não tem muito de diferente dos jornalistas da minha geração. Eu comecei a trabalhar em Redação muito cedo, no segundo período da faculdade. Era um aluno que pelo menos sabia escrever corretamente, lia jornal, o que é importantíssimo. Mas duas coisas foram fundamentais: em primeiro lugar, tinha uma fome muito grande de começar a trabalhar logo na minha profissão; segundo, havia muito mais jornais e muito menos escolas de comunicação.
ABI Online — O aprendizado se dava mais na prática?
João — Exatamente. Que eu me lembre havia uns 12 a 13 jornais diários no Rio e em Niterói. E jornais com uma equipe de jornalistas e estagiários muito superior ao que se tem hoje, mesmo entre os principais veículos do estado, inclusive na época da ditadura. A cobertura dos jornais era maior em termos de assuntos e os repórteres saíam muito mais da Redação.
ABI Online — Qual foi o primeiro jornal em que o senhor trabalhou?
João — Eu comecei a fazer reportagem de polícia como estagiário no falecido Diário de Notícias. O mais curioso dessa história toda, é que no início eu não sabia o que era lead. Quem me ensinou o seu significado foi um estagiário que tinha 15 dias a mais de Redação que eu, estudava Economia e era filho de um jornalista do próprio jornal.
ABI Online — Isso era comum no Diário de Notícias?
João — A única diferença do estagiário para o repórter no Diário de Notícias estava no contrato e no salário, obviamente. Fiquei pouco tempo no jornal. Depois eu tive uma curtíssima experiência na Tribuna da Imprensa, na antiga editoria Geral, que não tinha estrutura nenhuma, nem carro, fotógrafo ou pauteiro. Trabalhava-se com grande dificuldade, pois o jornal era muito precário.
ABI Online — Qual era a sua função na Tribuna?
João — Eu negociei com eles que ia ajudar o único redator da Redação com os telegramas. Ele era também editor da i
Internacional. Então eu comecei a ter contato com as notícias oriundas de agências, inclusive a única que a gente tinha contato era a France Presse. Como eu não tinha quase o que aprender na Tribuna, por causa da pouca estrutura, eu pedi demissão.
ABI Online — E foi fazer o quê?
João — Quando eu estava no quarto período da faculdade me inscrevi para fazer a prova do curso do Jornal do Brasil, que era semelhante ao programa de trainee que existe hoje no Globo, para estudantes de jornalismo. Fui um dos 20 selecionados. Assistimos a palestras durante dois meses, depois fizemos um breve estágio de três dias em cada uma das editorias do jornal. No final, alguns foram selecionados para trabalhar como estagiários. Eu fui indicado para trabalhar na editoria Geral.
ABI Online — Como foi a sua experiência no Jornal do Brasil?
João — Eu ingressei como estagiário no JB em novembro de 1973. Fiquei um ano nessa função, na fase da demissão do Alberto Dines, quando houve uma mudança completa na Redação, que acabou me prejudicando muito, porque as pessoas que tinham gostado do meu trabalho saíram três meses depois. Mesmo assim eu aprendi muito, porque ia para a rua sozinho e via como os jornais concorrentes trabalhavam.
ABI Online — De que maneira isso foi importante para a sua formação?
João — Eu observava as reportagens dos outros jornais, comparava as matérias que eu produzia com as que eram publicadas, ficava atento às mudanças que o copidesque fazia, principalmente ao que era aproveitado ou não, e indagava sobre cada alteração. Eu era um chato. Mas embora isso parecesse uma atitude antipática, com jeito eu tentava saber por que o texto tinha sido alterado.
ABI Online — Como era o seu contato com os repórteres mais antigos na profissão?
João — Eu aprendi muita coisa com os repórteres mais experientes. Havia um espírito solidário no Jornal do Brasil nessa época. As pessoas tinham carinho e uma atenção muito grande com quem estava começando. Foi um momento da minha carreira profissional da qual me orgulho muito. Como estagiário, participei de uma equipe muito boa.
ABI Online — Você chegou a ser efetivado como repórter no JB?
João — Eu acabei saindo do estágio sem ser contratado. Seis meses depois voltei para trabalhar no setor educacional, em seguida fui contratado como redator da Rádio JB. Foram sete anos trabalhando nos veículos do Sistema Jornal do Brasil. Em 1980, eu me inscrevi em um processo seletivo da UFF para professor substituto de edição. Fui aprovado e foi assim que entrei na universidade para iniciar a minha carreira como professor. Eu comecei a dar aula com 26 anos de idade.
ABI Online — Qual a sua opinião sobre a decisão do STF de votar contra a obrigatoriedade do diploma para jornalistas?
João — Eu sou a favor da obrigatoriedade do diploma, mesmo reconhecendo que você pode ser um bom repórter sem ter passado por uma escola de Comunicação. Mas da mesma maneira que você pode ser um bom advogado sem ter cursado uma escola de Direito, um bom economista sem ter ingressado numa faculdade de Economia, ou um bom professor sem formado em Pedagogia. O que nos incomoda é o fato de essa revisão da lei só ter atingido o curso de Jornalismo. Por quê? Por que não se acaba com o curso de Direito?
ABI Online — Qual é a sua opinião?
João — Porque os juízes que estão lá decidindo isso são todos formados em Direito, então não vão tomar uma decisão que contraria sua própria visão, e sim a dos outros, é muito mais cômodo. Note que a decisão já tem um ano e meio e não houve mais nenhum tipo de questionamento.
ABI Online — O senhor vê algum interesse por trás dessa medida?
João — Os grandes favorecidos são as empresas de comunicação, um grupo reduzidíssimo de pessoas, os cardeais da mídia, que se sentem mais do que donos das suas empresas, senhores da profissão. Isso faz parte de uma campanha liderada pela Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), que já atingiu vários países da América Latina, com o objetivo de fazer com que quem credencie os jornalistas, na verdade, sejam os patrões. Ou seja, é o patrão quem vai dizer se você é jornalista ou não.
ABI Online — De que maneira isso afeta o exercício profissional?
João — Essa é a grande questão. Afeta o mercado de trabalho na medida em que aumenta, muito, a oferta de mão de obra. Agora, na prática, quem fecha (finaliza a produção editorial) e faz jornal é o jornalista. De um grupo de 20 estudantes de Direito ou de Economia, um vai fazer um texto razoável. Isso é uma função básica, o Jornalismo não nasceu com a criação das escolas de comunicação. É uma maldade, uma farsa, uma mistificação absurda dizer que a lei foi criada durante o regime militar, e por isso deve ser revogada.
ABI Online — O senhor questiona essa justificativa?
João — Quantas outras leis criadas durante o regime militar nunca foram revogadas ou sequer questionadas? O estatuto da terra, a criação da Embratel, entre outras do período do regime militar que estão aí até hoje cumprindo um papel social. Por isso, é uma mistificação vergonhosa.
ABI Online — O senhor considera a formação acadêmica de jornalistas hoje de boa qualidade?
João — De uma maneira geral não, mas podia ser muito melhor. Tem condições de melhorar muito, mas eu acho bem melhor do que no tempo em que eu era estudante de Jornalismo. Desde que eu me formei, há 38 anos, o ensino melhorou muito porque as escolas estão mais estruturadas. Eu não posso falar de todas elas, mas pelo menos a UFF, UFRJ e a PUC se estruturaram melhor.
ABI Online — Gostaria que o senhor apontasse um exemplo dessas melhorias.
João — Os professores hoje têm um preparo teórico muito maior, existe um regime de trabalho que permite você realizar programas de extensão e pesquisa em vez de simplesmente chegar lá dar aula e ir embora. Pelo menos, a universidade pública lhe paga para você preparar aula, se reciclar, corrigir trabalho de aluno. Isso é uma diferença muito grande.
ABI Online — Nas universidades particulares o regime é diferente?
João — A maioria das faculdades particulares não age dessa maneira, o professor ganha pela hora aula. Então se ele der 40 horas aula na semana, ele até pode ganhar um bom salário, mas que tipo de aula ele vai dar se não tiver tempo pra se preparar? Então esse é o grande problema que eu vejo nessa questão.
ABI Online — O perfil do aluno de Jornalismo da sua época é muito diferente da geração atual?
João — Há outras questões que devem ser levadas em conta: não é uma crítica à geração, é uma constatação que eu faço em sala de aula e já vi outros colegas meus dizerem a mesma coisa. O nível do texto dos alunos de hoje é bem melhor que a média dos alunos da minha geração. Mas há duas coisas para você considerar: primeiro, na época que comecei a trabalhar na imprensa existia o copidesque. O Jornal do Brasil, por exemplo, tinha 12 profissionais nessa função nas editorias de Cidade e Nacional, cuidando da qualidade dos textos.
ABI Online — Com a informatização das Redações a maioria dos jornais acabou com o copidesque. Isso afetou a qualidade dos veículos de imprensa?
João — Hoje o que o repórter escreve sai com muitos erros. Mas o número de filtros que havia no jornal de antigamente caiu substancialmente, e isso faz com que você veja cada vez mais textos mal redigidos, que agridem o leitor com um nível um pouco maior de informação. Outro dado a considerar é o seguinte: o nível de cultura geral de informação, sobre política, História recente e Geografia dos alunos atuais é muito inferior aos alunos da década de 70. É como se você tivesse hiatos na História do País que acabam se tornando um problema para a apuração.
ABI Online — Que tipo de dificuldade isso pode trazer para um jornalista?
João — Se o profissional não souber quem foi o Golbery do Couto e Silva, durante o regime militar, em algum momento esse nome vai aparecer e ele não vai saber lidar com isso. Eu poderia citar outros fatos, que muitos jovens jornalistas desconhecem como a Lei Falcão (Lei 6.339, de 1976, que ficou muito conhecida por esse nome devido a seu criador, o então Ministro da Justiça Armando Falcão), ou o assassinato do Vladimir Herzog (1975), por agentes da ditadura militar. Às vezes, percebemos essa falha que está relacionada ao fato de os alunos lerem poucos livros. Acham que vão se informar assistindo somente ao “Jornal Nacional”, aí realmente fica difícil.
ABI Online — As propostas de regulação do mercado de mídia ameaçam realmente a liberdade de imprensa no Brasil?
João — Hoje no Brasil, com a distribuição e a concentração dos meios de comunicação, falar em liberdade de imprensa é falar em liberdade dos empresários de comunicação. Qualquer um que tenha trabalhado três meses em uma redação sabe que tem que escrever aquilo que está de acordo com a linha editorial do jornal.
ABI Online — O senhor acha que esse fenômeno é um problema específico do Brasil?
João — Isso não é uma coisa particular do Brasil. O que é específico do nosso País é a brutal concentração, que contraria inclusive leis vigentes nos Estados Unidos, a nação usada como parâmetro de democracia. Mas determinadas coisas que não interessam a eles são omitidas…
ABI Online — O senhor poderia citar um exemplo?
João — A lei que impede um dono de televisão de ter um jornal na mesma cidade, ou uma emissora de rádio e uma revista. Aqui não há nada sobre isso, e se trata de uma coisa que precisa ser mexida. Outro aspecto é que controle não é censura. Sou contra o controle exercido por um Governo, o que realmente seria uma coisa arriscada. Mas um controle exercido por uma comissão plural, pode dar uma colaboração.
ABI Online — Em alguns países europeus existem normas de regulamentação da mídia.
João — Há, por exemplo, controle no Reino Unido, e nos países escandinavos. Então por que não pode existir no Brasil? Por que a comparação é sempre com a Venezuela? Aliás, o principal jornal venezuelano, Últimas Notícias, que apóia o Chávez (Hugo Chávez), foi atacado com uma bomba (setembro do ano passado).
ABI Online — O que o senhor achou do fim da versão impressa do Jornal do Brasil? A mídia impressa está com os dias contados?
João — Eu acho que o tipo de jornal diário, predominantemente noticioso, está com os dias contados. O que não significa dizer que o impresso vai acabar. A tendência é que o jornalismo em papel seja cada vez mais analítico e interpretativo. Produzindo informação com um ponto de vista diferente do site, do rádio e da televisão.
ABI Online — Do ponto de vista profissional quais serão as implicações para o jornalista?
João — Esse tipo de jornalismo exige um nível de formação constante, que passa por reciclagem permanente, leitura de livro, de revistas, inclusive de publicações estrangeiras na própria internet. E isso exige também cada vez mais domínio de línguas estrangeiras. É como se tivesse que trabalhar mais, para poder ser esse tipo novo de jornalista.
ABI Online — O que isso tem a ver com o fechamento do JB?
João — O caso do Jornal do Brasil não tem nada a ver com isso, foi um episódio de um empresário que é conhecido como coveiro de jornais, que por uma questão particular, empresarial, resolveu fechar um jornal impresso e disse que estava optando pela plataforma online.
ABI Online — Como o senhor avalia o desempenho dos telejornais brasileiros, cuja principal característica está na informalidade?
João — Na televisão brasileira, o entretenimento ainda é muito forte, e isso está associado a uma coisa violenta que é a subordinação à audiência. Enquanto existir uma subordinação absoluta à audiência pela TV comercial, você vai estar sempre colocando determinados aspectos que não são necessariamente os mais importantes em primeira instância. Isso é o que eu acho fundamental.
ABI Online — O senhor poderia nos dar um exemplo?
João — No caso do “Jornal Hoje” chega a ser engraçado. Recentemente, assisti a uma matéria sobre roupas que não saem do armário. Era a última notícia, com quase dois minutos, o que para televisão é uma eternidade. Aí você olha aquilo e diz “e daí?”.
ABI Online — Esse comportamento pode estar relacionado com uma avaliação equivocada da emissora em relação ao telespectador?
João — Eu provavelmente não faço parte do perfil majoritário dos espectadores do “Jornal Hoje”, que vai ao ar na hora do almoço. Mas tem umas coisas que eu considero inadequadas. Outro dia a moça que fala sobre o clima informou sobre a morte de uma pessoa por causa de um ciclone. E logo a seguir, foi apresentada uma matéria de futilidade, como se nada tivesse acontecido.
ABI Online — Qual é a sua crítica a esse modelo de telejornalismo?
João — É claro que o jornalismo existe pra você noticiar coisas que não são necessariamente negativas, mas são reais. Mas a passagem de um tema para outro eu acho que foi muito ruim. E outra coisa terrível é a referência, sobretudo da TV Globo, de falar de si própria o tempo todo, como se ela ultrapassasse a realidade. O “Big Brother” vira matéria no “Jornal Nacional” e no “Fantástico”. Ou seja, um programa de reality show vira notícia. Há casos inclusive de superficialidade.
ABI Online — O senhor poderia destacar algum?
João — Na Copa do Mundo, em vez de o noticiário tratar do treinamento da Seleção, das chances reais do Brasil e dos países com mais chances de conquistar o título, faziam aquelas matérias bobas, ou de estúdio. Eu chamo isso de “Jornalismo bola murcha”. É superficialidade. Não quero dizer que o jornalismo esportivo tenha que ser sério o tempo todo, não é isso. Pode ter uma coisa mais engraçada e irônica, mas fazer com que isso seja a referência da cobertura é um pouco demais.
ABI — Qual sua opinião sobre o jornalismo colaborativo, e a produção de notícias pelos leitores, principalmente na internet?
João — Eu não vejo como uma coisa negativa desde que seja acessória. Jamais uma rede de motoristas de táxi vai substituir um bom repórter sobrevoando a cidade de helicóptero, informando sobre o trânsito. São coisas muito diferentes. Mas é claro que os taxistas podem ajudar dando informações que o repórter não acompanhou. O jornalismo colaborativo é hoje muito mais um projeto de marketing dos jornais, para avaliar feedback e o relacionamento com os leitores.
ABI Online — O senhor vê riscos para o veículo nesse tipo de colaboração?
João — Às vezes saem besteiras, como no ano passado quando o site do Globo colocou no ar uma matéria que era um plágio descarado de uma reportagem sobre a fábrica de biscoitos Globo, na Lapa. A colaboradora simplesmente chupou o texto, transcreveu e não deu a assinatura do repórter. A matéria já tinha sido veiculada no JB, assinada pelo repórter Marcelo Migliaccio. Esse tipo de coisa serve para mostrar a precariedade em termos de credibilidade que você deve ter em relação à atividade colaborativa.
ABI Online — Existe um lado bom nesse tipo participação do leitor no serviço prestado pela mídia?
João — Há momentos importantes, a exemplo daquele acidente no aeroporto de Nova York, que uma pessoa acompanhou passo a passo e botou no Twitter. Isso remete a uma questão importante da notícia hoje que é a velocidade, um aspecto importantíssimo que eu acho legal. Agora é preciso interpretar o fato, saber o motivo do acidente. Há que se fazer a pergunta: por que o avião teve que fazer o pouso forçado no rio Hudson? Por que no final da campanha eleitoral a equipe do Serra investiu em determinados aspectos da religião para conseguir mais votos? Esses aspectos é que caracterizam a profissão de jornalista.
ABI Online — O senhor reconhece a internet como um caminho possível para a democratização da comunicação?
João — Com certeza. Acho a internet muito importante porque ela mostra um outro lado. Ela ainda engatinha, precisa crescer, mas já apresenta proporções espantosas. Mas isso depende de investimento pesado em banda larga, o que é fundamental para acessar a internet, e tem um custo altíssimo. Outra coisa é investir pesado em agências de imagens.
ABI Online — Por que investir em agências de imagens é tão necessário?/I>
João — Porque hoje se tem cada vez mais um mundo marcado pela imagem que tem muito poder e são poucas as agências de notícias que trabalham com a imagem. Veja o estrago que a TV Al Jazeera causou no ocidente por trazer uma visão diferente da guerra do Iraque.
ABI Online — Qual seria o maior impacto dessa iniciativa?
João — Imagina se houvesse pequenas Al Jazeeras espalhadas em comunidades periféricas e rurais, como o MST ou em movimentos sociais. Por exemplo: as Farc têm uma agência de notícias sediada na Suécia. Sem defender lado algum, estou dizendo que é uma possibilidade de passar uma visão de mundo, com a qual você pode não concordar, mas pelo menos você precisa conhecer.
* Renan Castro é estagiário do ABI Online.