26/04/2006
Arbitrariedade e violência do governo estadual
faz dez feridos em manifestação na Alerj
O Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe/RJ) repudia com veemência a agressão aos profissionais da rede estadual, Uerj e Faetec, que provocou ferimentos em dez pessoas, durante manifestação nas dependências da Alerj no início da tarde de hoje. As categorias, que se encontram em greve por reajuste salarial, estavam participando de uma audiência pública, convocada pelo Deputado Paulo Pinheiro (PPS) para discutir as greves em todos os setores da Educação Estadual. Diante da postura do Presidente da Alerj, Deputado Jorge Picciani (PMDB) que, no meio da audiência, convocou o reitor da Uerj para uma reunião em seu gabinete no final do encontro, resolveram ocupar o plenário e reivindicar que a reunião fosse realizada com a presença de uma comissão representativa dos vários segmentos do funcionalismo ali presentes.
A ocupação foi realizada de forma pacífica e, enquanto os manifestantes negociavam com os deputados, o corpo de segurança da Assembléia, juntamente com policiais militares convocados pela direção da casa, entrou em ação de forma violenta agredindo arbitrariamente os manifestantes e disparando gás de pimenta indiscriminadamente sobre todos os presentes. Vários servidores ficaram feridos e foram submetidos a constrangimento e ameaças da parte dos seguranças da Alerj. A professora aposentada Leda Teixeira desmaiou depois que foi atacada pelas costas por um segurança, que a agrediu com um pontapé. Segundo relatos dos manifestantes e de deputados que participavam da negociação, a violência começou no momento em que os profissionais começavam a sair do plenário, já que a negociação se encontrava avançada. Já do lado de fora, os manifestantes voltaram a sofrer agressões, desta vez, por parte da Polícia Militar. Nesse novo ataque, o professor da rede estadual Umberto dos Santos foi o mais agredido pelos policiais e está com suspeita de fratura no braço. No total, dez manifestantes ficaram feridos no tumulto.
Por entendermos que tal postura da segurança da Assembléia e da PM não condiz com a democracia e traz de volta mecanismos repressivos do tempo da ditadura militar contra o livre direito de manifestação, os profissionais de educação condenam a violência sofrida pelos militantes na tarde de hoje. A violência e arbitrariedade têm sido uma metodologia constante utilizada desde o início da gestão da Governadora Rosinha Matheus para reprimir as manifestações do funcionalismo. Não é a primeira vez que profissionais saem feridos durante manifestações, simplesmente porque estavam reivindicando os seus direitos.