O jornalismo sofreu um golpe duplo com a morte dos jornalistas Cláudio Renato Kuck e Luiz Carlos Saroldi, na madrugada no dia 16 de novembro. Em mais de 40 anos de carreira, Kuck teve passagem por grandes veículos de imprensa do País. Foi correspondente internacional em Londres e responsável por entrevistas históricas. Enquanto que Saroldi marcou época na Rádio JB, nos anos 70.
Renato Kuck era sócio da ABI desde 1976. Ele estava internado há dois meses no Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre, por conta de uma cirrose hepática. Nascido na capital gaúcha em 1942, ele começou sua carreira na década de 60, no Diário de Notícias e na TV Piratini. Trabalhou também nos jornais Folha de S.Paulo, Gazeta Mercantil e O Globo, e na TV Globo.
Morou em Londres por cinco anos, como correspondente da Folha e do Globo. Lá nasceram seus dois filhos, Ivan, de 33 anos, e Denis, de 30 anos. Vencedor do Prêmio Esso de 1972, o jornalista foi responsável por entrevistas com personagens históricos, como Fidel Castro e Luís Carlos Prestes, além de Caetano Veloso e Gilberto Gil quando ambos estavam no exílio.
O corpo do gaúcho de 68 anos, torcedor do Internacional, foi cremado na tarde do dia 17 de novembro, no Crematório Metropolitano São José, em Porto Alegre.
Profissionalismo
Luiz Carlos Saroldi foi produtor e redator da Rádio Jornal do Brasil, tinha câncer e recuperava-se de uma cirurgia feita três dias antes de morrer, aos 79 anos, devido a uma parada cardíaca após contrair uma pneumonia.
Saroldi fez sucesso como produtor e apresentador do programa “As dez mais de sua vida”, que ia ao ar na Rádio JB, de 22h às 24h, no início dos anos 70. Foi professor de teatro na Uerj e de radialismo na UFRJ, onde recebeu o título de mestre em Comunicação e Cultura.
Durante a carreira, ganhou prêmios como o Golfinho de Ouro, do Museu da Imagem e do Som/RJ, em 1980. Atuou também na Rádio Nacional e na Rádio MEC, e coordenou a série “O rádio no Brasil” a convite da BBC de Londres.
Pery Cotta, Presidente do Conselho Deliberativo da ABI, que trabalhou com Saroldi nos anos 80 na Rádio JB, se recorda da relação com o radialista:
— Era um profissional muito sério, que conhecia e gostava muito de rádio, o que é importante. Era muito profissional, tinha um ótimo diálogo e conversava sempre de maneira profissional, suave e respeitosa com todos.
O corpo de Luiz Carlos Saroldi foi sepultado no dia 17 de novembro, no Cemitério do Caju, no Rio de Janeiro.