*Por Bernardino Capell Ferreira
Em meados de março do corrente ano foi publicada no site da ABI, matéria nossa, sob título “Razões para continuar lutando”.
Pois bem, apesar das razões citadas, que nos levariam a retroceder com as nossas aspirações de lutas, não sabemos como, acreditem os senhores leitores, reduzir tais ímpetos, quando nos deparamos diariamente, seja lá em que jornal ou revista for, com notícias nada agradáveis sobre fatos ligados à saúde, educação, transporte, segurança, justiça, tramóias, roubos e desmoralização comprovada de vultos considerados até então, como de moral insuspeita, o que nos leva a concluir que não devemos nos desviar do nosso trabalho, o qual, embora seja muito pessoal, nos parece estar sendo bem recebido por grande número de pessoas, haja vista a correspondência que nos é encaminhada, mormente por e-mails, cartas, telegramas e telefonemas, o que muito nos incentiva.
E vai daí que algo nos leva a acreditar que embora estejamos sacrificando nosso tempo de descanso, considerando a idade que já nos pesa, não há como deixar de participar dessa luta, ante o descalabro que invade a nossa sociedade, tornando-a cada vez mais acéfala, incapaz de defender-se das calamidades que a envolvem, provenientes de uma administração geral ineficaz na maioria dos seus escalões.
Se podemos condensar em nossa visão as imagens que cotidianamente são impressas em nossa consciência, evidentemente que nos revoltam tais fatos, levando-nos a um descrédito total da estrutura orgânica do País, tornando-nos apáticos e indiferentes, preocupados que estamos com a nossa mocidade, a qual, não fosse a devoção ao esporte, estaria, a nosso ver, em franco declínio, de vez que a educação também já está por demais estigmatizada, apesar de que sobre ela se debrucem em um afã oratório nunca visto neste País, dezenas ou talvez centenas de palradores, também cognominados de tribunos, afeitos a uma sistemática de convenções que atraem os crédulos, tornando-os participantes dos seus esquemas políticos.
Dito o que foi dito, o que faremos? O que dizem as representações sociais, os institutos, as universidades, os colégios, o clero e, por que não, as classes armadas?
Estas últimas refletem melhores condições de ajustes em suas atividades corporativas e normativas, uma vez que procuram respeitar o que exigem os seus preceitos regulamentares, no que tange á disciplina e organização funcional, tendo como base a noção explicita em torno da “segurança nacional”; mais ainda o fato de existir como figurativos de tais normas o denominado Estado-Maior das Forças Armadas, ao qual, constituído da alta representação militar das três Forças, cabe a responsabilidade de manter o equilíbrio dessa esferas. Por que não os termos nos mesmos moldes, congregando os responsáveis pelas esferas dos ministérios civis e seus órgão afins, o que daria facilidade de acompanhamento da vida da Nação na esfera civil em todos os seus ângulos? Se possível isso nos pareceria adequado!
Nada como a transparência, no sentido mais amplo, de dar-se conhecimento das atividades de cada componente, encaminhadas regularmente, face à obrigação de lei específica, aos órgãos de controle da Nação.
Em se tratando de lei específica, consideramos que o Congresso poderia, na possibilidade de visualizar um dia a questão, vir a cogitar de a estudar, ao invés de perder tempo em CPIs que não levam a nada .
Por hoje é só, meus caríssimos leitores
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*Bernardino Capell, sócio da ABI, é jornalista, economista e membro titular do Instituto
de Geografia e História Militar do Brasil.