06/08/2024
Por Paula Máiran, da Diretoria de Mulheres e LGBTQIA +
Simone Biles e Jordan Chiles reverenciam Rebeca Andrade no pódio do solo em Paris 2024. Foto:Elsa/Getty Images
Em tempos de tantas guerras insanas, crise climática, acirramento das desigualdades, fome e pandemias, em tempos nos quais colhemos o legado tóxico, pútrido e letal do mundo pensado e operado na lógica do patriarcado, em tempos de crise ética com a exacerbação do individualismo, da competitividade e da meritocracia, essas meninas olímpicas vêm nos dizer que são tempos de mudança.
Vemos a roda da vida girar. Um pódio vira um lindo círculo. De mãos dadas, essas meninas negras da ginástica rompem fronteiras geográficas, políticas, culturais…
Quando essas meninas negras superpoderosas se olham mutuamente, felizes, algo novo acontece, porque a sua alegria contagia o mundo inteiro.
Elas nos convidam a todas as mulheres a sermos orgulhosas de nós mesmas, nos inspiram a escolher o amor, a amizade, a vida, a vida, ah, a vida…
Em seu cuidado mútuo, em sua cumplicidade na alegria e no acolhimento, essas meninas nos lembram de celebrar os nossos esforços pra realizar os sonhos, independentemente do nosso desempenho.
Quando as jovens negras americanas da prata e do bronze se ajoelham e reverenciam a garota negra brasileira do ouro, elas não se diminuem, pelo contrário, se tornam capazes de tudo, até de nos fazer acreditar ser possível mudar o mundo, superar o patriarcado, o capitalismo, o racismo, a miséria, a violência, a misoginia.
Elas nos ensinam que já passa da hora de mudar as coisas, de salvar as pessoas, promover a igualdade, a fraternidade e a liberdade, valores revolucionários tão esquecidos, desprezados e espezinhados pelos homens.
Gratidão por tanto, lindas revolucionárias Rebeca Andrade, Simone Biles, Jordan Chiles!
Sejam felizes e nunca desistam dos seus sonhos!