Prisão de Queiroz aumenta rejeição de Bolsonaro


24/06/2020


Em artigo publicado no jornal Valor, desta terça-feira, intitulado “Começam as baixas na caserna”, a jornalista Andrea Jubé surpreende com uma notícia que vai azedar ainda mais o ânimo do presidente Bolsonaro, que vive dias de inferno astral. Segundo Jubé, a prisão de Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), aumentou a tensão em todos os ambientes do poder, “inclusive em uma das bases mais caras de Jair Bolsonaro: as esposas dos oficiais militares”.

Segundo a jornalista,o fenômeno foi observado pela perda progressiva de apoio deste segmento refletida em vários grupos de WhatsApp, onde as mulheres de oficiais “da ativa e da reserva” trocam suas impressões sobre os fatos políticos. “A prisão de Queiroz e as circunstâncias que a envolveram provocaram uma debandada nesse grupo, inclusive de defensoras obstinadas do presidente”, revela Jubé. Nem a saída de Moro, nem a indiferença de Bolsonaro face à Pandemia do Corona Vírus, que já soma 50 mil mortes, apresentaram baixas tão significativas no estrato feminino da caserna, ressalta a colunista.

Queiroz era visto neste grupo de WhatsApp de esposas de oficiais militares “como um personagem do entorno do presidente, frequentador de churrascos e pescarias da família”. Seu esconderijo no escritório do advogado Frederick Wassef , que não saía dos palácios do Planalto e do Alvorada, “também foi visto como um detalhe estarrecedor”, destaca o artigo. Segundo Andrea  Jubé, um general que viu algumas mensagens trocadas entre elas assegura que “até o grupo mais radical sumiu”. O militar disse à colunista que “os grupos de mensagens das esposas dos oficiais antecipam tendências”.

A análise é empírica, assinala a jornalista. Mas ela informa que, em 2018, antes mesmo dos institutos de pesquisas e dos analistas políticos, as trocas de mensagens nesses grupos já indicavam a vitória de Bolsonaro.