Por Claudia Sanches*
17/03/2016
A Delegacia de Polícia Civil de Repressão a Crimes de Internet prendeu cinco suspeitos de integrar uma quadrilha virtual procurada por injúria racial e invasão de dispositivos, nesta quarta-feira (16). O grupo está sendo investigado por casos de racismo contra a jornalista Maria Júlia Coutinho, a garota do tempo do ‘Jornal Nacional’.
A operação foi comandada pela Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática do Rio de Janeiro e aconteceu em sete estados: Rio, Paraná, Santa Catarina, Bahia, Minas, São Paulo e Rio Grande do Sul. Além de Tiago, detido em Brumado, foram presas mais três pessoas. A ação ainda cumpriu 11 mandados de busca e apreensão.
O delegado Alessandro Thiers, que comanda o caso, disse que os presos irão responder por injúria racial, ameaça, pedofilia e racismo. “Os detidos tinham um papel de administradores. Eram os mentores intelectuais de centenas de grupos que envolvem milhares de integrantes. Não dá para entender a motivação deles. São pessoas que se identificam com essa causa e na cabeça deles estão fazendo a coisa certa”.
Ano passado a jornalista Maria Júlia Coutinho foi alvo de comentários racistas na página do Jornal Nacional no Facebook, no mês de julho do ano passado. Alguns internautas escreveram comentários racistas na postagem com a foto da jornalista e várias pessoas saíram em defesa dela.
No Twitter, na época, ela respondeu um comentário agressivo de um internauta com o comentério: “Beijinho no ombro”. William Bonner e Renata Vasconcellos gravaram um vídeo postado no Facebook em que dão um recado em apoio a Maju, com a equipe do JN. Eles mostraram um cartaz e gritaram a “SomosTodosMaju”. No Twitter, a hashtag #SomosTodosMajuCoutinho foi ao topo dos tópicos mais comentados.
Na Bahia, Tiago Zanfolim Santos, de 26 anos, foi preso ontem na Bahia suspeito de integrar a quadrilha. Segundo o titular da 20ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (Coorpin) de Brumado, Leonardo Rabelo, o suspeito alegou que foi alvo de hackers em um grupo que administrava no Facebook e negou ser autor das ofensas.
O suspeito chegou a registrar queixa na Polícia Civil de Brumado, no ano passado, para informar sobre o suposto ataque à página em que era administrador. A polícia, no entanto, diz que o suspeito fez a ocorrência para tentar se desvincular do crime. Ainda segundo o delegado, investigações apontam que o computador usado na prática do crime era de Thiago, que coordenava o grupo criminoso.
*Informações de “O Globo”