14/02/2017
A organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF) alertou nesta segunda-feira que dez dos 17 jornalistas assassinados na América Latina durante 2016 trabalhavam para uma rádio, e destacou o importante papel social das emissoras na região.
Por ocasião do Dia Mundial do Rádio, 13 de fevereiro, a RSF indicou em comunicado a vulnerabilidade das emissoras que trabalham em populações pequenas e em regiões isoladas, onde, com frequência, “sofrem pressões das autoridades, dos políticos e do crime organizado”.
“A Repórteres Sem Fronteiras reconhece o corajoso trabalho dos veículos de comunicação radiofônicos que, do México à Patagônia, participam ativamente na vida democrática de seus países e têm um papel central na promoção da liberdade de expressão e de opinião”, afirmou o diretor do Escritório da RSF na América Latina , Emmanuel Colombié.
No entanto, Colombié acrescentou que estes desempenham, em muitos casos, seu trabalho “em condições de segurança deploráveis”.
A RSF repassou os assassinatos de jornalistas radiofônicos na região em 2016, entre eles o de João Valdecir de Borba, jornalista brasileiro da rádio “Difusora AM”, e Hernán Choquepata Ordoñez, locutor peruano da rádio ” La Ribereña”.
Ambos “foram assassinados covardemente enquanto transmitiam seus programas”, denunciou a RSF.
No México, em apenas três meses assassinaram dois apresentadores da mesma rádio, “Tu Un Ñuu Savi”.
Segundo a ONG, em países como Equador, Bolívia, Colômbia e Honduras, “as minorias usam as rádios há décadas como meio de promoção da educação, dos direitos fundamentais, e também para reivindicar sua identidade”.
“Em certas regiões da Amazônia, a rádio constitui às vezes o único vínculo da população com o mundo exterior”, afirmou a organização que defende a liberdade de imprensa.
Colombié pediu às autoridades latino-americanas que “fortaleçam a segurança das rádios, de seus colaboradores, e que garantam a existência de condições adequadas para seu funcionamento e viabilidade”.
Agência EFE