50 anos do cineclube Macunaíma no Estação Botafogo

Por Maria Luiza Busse, diretora de Cultura da ABI

Domingo é dia de preguiça. Dia de Macunaíma, e a estrela é você.

Há 50 anos nascia o Cineclube Macunaíma, centro de resistência nos anos de chumbo da ditadura que violentou a cultura durante 21 anos. Em 1973, a Associação Brasileira de Imprensa, que este ano também completa 115 anos, abrigou a ideia do jornalista Fichel Davit Chargel, fundador do cineclube. As sessões de sábado à noite lotavam o auditório de 600 lugares do nono andar da entidade e formou uma geração exibindo filmes nacionais de vanguarda e do Leste Europeu, sobretudo da então União Soviética, como o clássico Encouraçado Potemkin, de Serguei Eisenstein.

Até o início de 1980, o Cineclube Macunaíma integrou o circuito das salas cariocas que apresentavam filmes que não se viam nos cinemas tradicionais, em parceria com a cinemateca do Museu de Arte Moderna e o Rio Cine Festival. Pelo Macunaíma da ABI passaram Glauber Rocha, Nelson Pereira dos Santos, e mais toda a turma do Cinema Novo. De fora, vieram as produções européias de Godard, De Sica, e demais diretores estrangeiros que provocavam outros olhares e escutas.

Neste domingo, dia 09 de abril, o Estação Net Botafogo abre as portas para homenagear o ABI Cineclube Macunaíma, memorável ponto de encontro de cultura e afetos que, tal como antes, permanece necessário. Davit e o cineasta Luiz Carlos Lacerda, o Bigode, serão os entrevistados da noite do crítico Rodrigo Fonseca e do cineasta Cavi Borges. Depois da conversa, serão exibidos os filmes Azyllo muito louco, de Nelson Pereira dos Santos, e Macunaíma, de Joaquim Pedro de Andrade. O evento começa às 19h. A entrada é gratuita, é só chegar. Sujeito a lotação. O Estação Net Botafogo, fica na rua Voluntários da Pátria 88, Botafogo, Rio de Janeiro. Metrô Botafogo.

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