03/02/2021
Neste dia 3, faz 45 anos que 1004 jornalistas brasileiros publicaram uma matéria paga n’O Estado de São Paulo contestando as conclusões do Inquérito Policial Militar instaurado em novembro de 1975 para apurar o “suicídio de Vladimir Herzog.
O manifesto “Em Nome da Verdade” foi reproduzido por Fernando Pacheco Jordão em 1979 no livro “Dossiê Herzog: Prisão, Tortura e Morte no Brasil que já vai para a sétima edição. O Instituto Vladimir Herzog publica, pela primeira vez, a lista alfabética completa dos signatários do manifesto.
Publicação do manifesto “Em nome da verdade”, marco da reação ao assassinato de Vladimir Herzog, faz 45 anos
Hoje, 3 de fevereiro de 2021, faz 45 anos que uma cotização de jornalistas fez publicar no jornal O Estado de S. Paulo, sob a forma de matéria paga, o manifesto Em Nome da Verdade, que contestava as conclusões de um IPM (Inquérito Policial Militar) instaurado em novembro de 1975 para apurar as circunstâncias do “suicídio” de Vladimir Herzog.
Herzog foi assassinado em 25 de outubro de 1975 no DOI-CODI do então II Exército depois de, procurado por agentes da repressão na véspera, apresentar-se no quartel na manhã daquele dia. A história desse episódio está retratada no livro Dossiê Herzog: Prisão, tortura e morte no Brasil, publicado em 1979 pelo jornalista Fernando Pacheco Jordão (1937-2017), cuja mais recente edição, a sexta, é de 2005.
Uma sétima edição está em preparação, por iniciativa da viúva do jornalista, Fátima Pacheco Jordão, em parceria com o Instituto Vladimir Herzog. O livro foi dedicado pelo autor “Aos 1.004 companheiros jornalistas de todo o Brasil que, em janeiro de 1976, assinaram o manifesto Em Nome da Verdade, denunciando a farsa do IPM sobre a morte de Vladimir Herzog e reclamando o esclarecimento do crime”.
Esta é a primeira vez que se dá a conhecer, em ordem alfabética rigorosa e com correções ortográficas, a lista completa dos signatários do manifesto. Todas as listas publicadas anteriormente na internet, ao longo de décadas, estavam incompletas. Esta é a primeira vez, também, que se publica o nome profissional (em negrito) de cada signatário.
Apresentam-se os 1.004 nomes. Além desses há um que só apareceu na primeira publicação da lista, na edição de janeiro de 1975 do jornal do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, Unidade, Adenilton Araújo, e um cuja assinatura não foi reproduzida em nenhuma das duas ocasiões, Carlos Marchi.
Foi pedido aos signatários vivos do manifesto, cerca de 800 pessoas, que escrevessem um depoimento sobre as circunstâncias em que assinaram o documento. Até 3 de fevereiro 56jornalistas mandaram seus textos, cujo tamanho varia de algumas poucas – mas sempre expressivas – linhas a várias páginas. O internauta tem acesso a cada um desses depoimentos clicando nos links associados aos nomes (em azul) dos respectivos signatários.
O endereço da página com as assinaturas é https://vladimirherzog.org/21039-2/ .