1994 – Brasil é campeão nos pênaltis


15/09/2009


Equipe brasileira antes da final: em pé, Taffarel, Jorginho, Aldair, Mauro Silva, Márcio Santos e Branco; agachados, Mazinho, Romário, Dunga, Bebeto e Zinho.

Há 15 anos o futebol brasileiro conquistava o seu quarto título mundial. A FIFA, sempre com o propósito de ampliar a prática do futebol pelo mundo, escolheu os Estados Unidos como sede da XV Copa do Mundo.
Os primeiros passos para promover o futebol na terra do futebol americano, do basquete e do beisebol foram dados com a contratação de Pelé e de outros craques na década de 70, quando o time do New York Cosmos ficou conhecido mundialmente. 

Na fase eliminatória, o Brasil ficou no grupo B, na América do Sul, com a Bolívia, o Equador, o Uruguai e a Venezuela. No comando técnico da seleção brasileira estavam Carlos Alberto Parreira, técnico, e Mário Lobo Zagallo, coordenador. Os resultados iniciais deixaram dúvidas quanto à qualidade do selecionado dirigido por Parreira. No dia 18 de julho, o Brasil empatou de 0 a 0 com o Equador, em Guaiaquil. Uma semana depois veio a derrota frente à Bolívia por 2 a 0, em La Paz. 

No dia 1º de agosto, goleamos a Venezuela por 5 a 1, em San Cristóbal. Duas semanas depois, empatamos com os uruguaios por 1 a 1, em Montevidéu. Na semana seguinte, vencemos os Equador por 2 a 0, no Morumbi.
Devolvemos com juros a derrota diante dos bolivianos aos ganharmos por 6 a 0, no Estádio do Arruda, em Recife, no dia 29 de agosto. Em setembro, no dia 5, nova goleada sobre a Venezuela por 5 a 0, no Mineirão.
Na última rodada das eliminatórias três seleções dividiam o primeiro lugar: Bolívia, Brasil e Uruguai. Eram duas vagas para três candidatos. Os bolivianos garantiram a classificação para a Copa ao empatarem com os equatorianos por 1 a 1, em Guaiaquil. De quem seria a última vaga? 

Parreira e Zagallo recebiam críticas pelo esquema defensivista praticado pela seleção e por não ter convocado Romário para as eliminatórias. O atacante havia se desentendido com Zagallo por ocasião do amistoso contra a Alemanha, em Porto Alegre, no dia 16 de dezembro de 1992. Após o jogo, Romário declarou publicamente que viajara quase doze horas para jogar apenas vinte minutos, quando substituiu Careca.
No dia da partida, 19 de setembro de 1993, o Maracanã recebeu aproximadamente 102 mil expectadores. Com dois gols de Romário, aos 26 e 36 minutos do 2º tempo, o Brasil se classificou em primeiro lugar para o mundial de 1994. 

Após o sorteio para a composição dos grupos, o Brasil ficou na chave B com Camarões, Rússia e Suécia. Na estréia, no dia 20 de junho, vencemos os russos por 2 a 0, em São Francisco, gols de Romário aos 26 minutos de jogo e de Raí batendo pênalti aos 8 minutos do 2º tempo. 

Romário em ação contra camarões

No dia 24 de junho, jogamos novamente em São Francisco e ganhamos de Camarões por 3 a 0 gols. Romário abriu a contagem aos 38 minutos do 1º tempo. Na fase final, após a expulsão de Song, os espaços na defesa camaronesa foram bem aproveitados e Márcio Santos, aos 20, e Bebeto aos 27 minutos ampliaram o marcador. 

Em Detroit, no dia 28 de junho, o Brasil enfrentou a Suécia. O primeiro tempo terminou com os suecos vencendo por 1 a 0. Logo da etapa final, Romário aos 2 minutos empatou. O resultado de 1 a 1 deu ao Brasil a liderança do grupo. 

No aniversário da independência dos Estados Unidos, 4 de julho, a seleção brasileira jogou nas oitavas de final contra os donos da casa, em São Francisco. O gol da suada vitória foi assinalado por Bebeto aos 27 minutos do 2º tempo. 

O Brasil passou para as quartas de final e teve pela frente a Holanda, em Dallas. Romário e Bebeto fizeram 2 a 0, respectivamente, aos 8 e 18 minutos do 2º tempo. Doze minutos depois a partida estava empatada e o time holandês pressionava para virar o placar. 

Bebeto, autor do 2º gol brasileiro, homenageia o filho recém nascido e comemora com o gesto de ninar criança ao lado de Mazinho e Romário. 

Num lance em que praticara falta, não marcada pelo árbitro costarriquenho Rodrigo Badilla Sequeira, Branco, pela meia-esquerda deu seguimento à jogada, sendo parado faltosamente na intermediária holandesa. O lateral brasileiro bateu com rara violência, indo à bola rasteira entrar no canto esquerdo de De Goef. Ufa, que alívio! 

Romário toca de cabeça no canto direito

Na semifinal a Suécia estava novamente no nosso caminho. Em Los Angeles, no dia 13 de julho, ganhamos por 1 a 0 gol de Romário aos 37 minutos do 2º tempo. 

Aproximadamente 95 mil pessoas assistiram a final da Copa de 94, entre Brasil e Itália, no Estádio Rose Bowl, em Los Angeles. Jogo sofrido e com poucas oportunidades de gol. O marcador de 0 a 0 se arrastou pelos 90 minutos e se manteve na prorrogação. 

A desolação de Roberto Baggio, após perder o pênalti na final, contrasta com a alegria de Taffarel. 

Pela primeira vez na história dos mundiais, o título seria decidido nos pênaltis. A emoção tomava conta de todos os presentes ao estádio. O zagueiro italiano Baresi abriu a série, chutando por cima; Pagliuca defendeu o chute de Márcio Santos; Albertini fez Itália 1 a 0; Romário empatou; Evani colocou os italianos em vantagem; Branco igualou a contagem; Massaro bateu e Taffarel defendeu; Dunga assinalou o terceiro gol brasileiro; e finalmente Roberto Baggio chutou por cima da meta de Taffarel. O Brasil era campeão mundial pela quarta vez, após vinte e quatro anos. 

Centro Histórico-Esportivo 

Prosseguirá no próximo dia 6 de outubro a série “Futebol Arte: Arte do Futebol” com o tema “Futebol e História”, às 18 horas, no 7º andar, da sede da ABI, na Rua Araújo Porto Alegre, 71, Centro. Os palestrantes serão Max Gehringer, da Rádio CBN, e Ricardo Pinto, da UFRJ. O mediador será Cléber Machado, da TV Globo e da Sport TV.